A 38 dias da COP30, secretário do Pará diz que obras serão entregues até fim de outubro


Por: Fabyo Cruz

02 de outubro de 2025
A 38 dias da COP30, secretário do Pará diz que obras serão entregues até fim de outubro
O secretário de Infraestrutura e Logística do Pará, Adler Silveira (Marx Vasconcelos/Cenarium)

BELÉM (PA) – O secretário de Infraestrutura e Logística do Pará, Adler Silveira, afirmou à CENARIUM que todas as obras diretamente relacionadas à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) serão concluídas até o fim de outubro. Ou seja, nenhuma deverá se estender para o início de novembro, mês em que ocorrerá o evento internacional em Belém. A declaração ocorreu após coletiva de imprensa realizada na manhã desta quinta-feira, 2, no Parque da Cidade.

“A ideia é entregar tudo antes do evento. Todas as obras estão caminhando, muitas já com 97% a 98% concluídas, em fase final. Não se trata de uma tentativa, mas de uma certeza: as obras estratégicas, ligadas diretamente ao evento, estarão prontas até outubro, esse é o nosso deadline”, disse Silveira à reportagem. O evento também contou com a presença de representantes dos governos federal e estadual, além da Itaipu Binacional.

Coletiva de imprensa, no Parque da Cidade, com representantes dos governos federal e estadual, além da Itaipu Binacional (Marx Vasconcelos/Cenarium)

O secretário ressaltou, ainda, que a principal dificuldade está na imprevisibilidade climática, mas assegurou que o ritmo de execução garante a conclusão antes da conferência. “O que não cravamos são datas exatas, porque fatores como o clima podem interferir. Uma chuva pode atrasar a pavimentação, por exemplo. Ainda assim, o percentual de execução nos permite afirmar que todas as obras estratégicas serão entregues no prazo”, acrescentou.

A COP30 está marcada para ocorrer de 10 a 21 de novembro. Já o encontro de chefes de Estado acontece antes dos debates da sociedade civil, nos dias 6 e 7 do mesmo mês. Até o momento, 79 países confirmam hospedagem em Belém para a conferência, e o governo brasileiro estima a participação de 130 a 150 nações durante o evento.

Mais de 30 obras em execução

Durante a coletiva, Silveira detalhou que mais de 30 obras estão em andamento em Belém, parte delas diretamente ligadas à COP30 e outra parte voltada para melhorias estruturais mais amplas, que se estendem até 2026. Segundo ele, os trabalhos envolvem diferentes eixos, incluindo mobilidade urbana, saneamento, pavimentação, hospedagem e requalificação de espaços públicos.

“Quando tudo isso foi pensado, desde o início, a palavra central foi ‘legado’. A COP acontece durante 15 ou 20 dias, mas todo o planejamento foi feito para que a cidade e a população pudessem usufruir desses equipamentos depois do evento”, destacou o secretário.

Ele também chamou atenção para a geração de empregos e para o impacto imediato de algumas obras já entregues, como o Parque da Cidade, que receberá áreas estratégicas da conferência, como a Zona Azul, reservada para as negociações oficiais, e a Zona Verde, para atividades com a sociedade civil.

Parque da Cidade, em Belém (Marx Vasconcelos/Cenarium)

“Foram mais de 5 mil empregos gerados apenas na construção civil. E temos resultados concretos: o Parque da Cidade, inaugurado em junho, já recebeu mais de 700 mil visitantes. Esse espaço, que antes era um aeroporto, hoje é um dos símbolos de transformação da capital”, completou o titular da pasta.

Urbanização e macrodrenagem

Além de Adler Silveira, participaram da coletiva de imprensa: Olmo Borges Xavier, diretor de Projeto da COP30; Dorival da Costa dos Santos, subsecretário de Ciência e Tecnologia para a Amazônia, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI); e Carlos Carboni, diretor de Coordenação da Itaipu Binacional Brasil.

Olmo Borges Xavier reforçou que a preparação de Belém para a conferência vai além da infraestrutura para o evento. “Para além da importância do debate climático, nós estamos construindo um grande palco para a região. São obras de urbanização, de saneamento, de turismo e de modernização da cidade”, disse.

Ele destacou, ainda, o impacto das intervenções em canais da capital. “Estamos tratando de um grande legado, como a macrodrenagem de 14 canais em Belém. Dois deles têm financiamento da Itaipu e outros 12 são financiados pelo BNDES, em parceria com o governo do Estado. Estimamos que mais de 500 mil pessoas sejam beneficiadas”, explicou Borges.

Ciência e tecnologia como legado

Já Dorival da Costa dos Santos destacou o esforço do governo federal em vincular a COP30 a investimentos em inovação e pesquisa. “A conferência deixa também um legado de ciência, cultura e tecnologia. Nos últimos dois anos, pelo menos R$ 1 bilhão foram investidos pelo Ministério da Ciência e Tecnologia na Amazônia Legal. Desses, R$ 650 milhões foram aplicados via o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, no âmbito do Fundo Pro-Amazônia”, afirmou.

Ele ressaltou que o Museu das Amazônias, uma das obras da COP30, é um dos símbolos dessa agenda. “Queremos mostrar que a Amazônia não é só devastação ou problema ambiental. O museu apresentará a diversidade cultural, social, ambiental e econômica da região. É um espaço para valorizar a riqueza da floresta e de quem vive nela”, disse.

Participação da Itaipu Binacional

Representando a Itaipu Binacional, Carlos Carboni lembrou que a empresa tem papel central na preparação da capital paraense. “A Itaipu é a maior produtora de energia limpa do planeta, mas nosso papel vai além da geração elétrica. Estamos aqui também para apoiar a estruturação da cidade que vai sediar a COP30”, afirmou.

Carlos Carboni fala no púlpito ao lado de Dorival Santos e Adler Silveira (Foto: Marx Vasconcelos/CENARIUM)

Carboni explicou que a empresa participa da requalificação de mercados, da pavimentação urbana e do saneamento básico, além de projetos sociais. “Investimos na formação de dois mil professores em educação ambiental, trabalhamos com cooperativas de catadores no entorno da COP e apoiamos obras estruturantes, como a Vila dos Líderes e o Porto de Outeiro. O objetivo é deixar um legado real para a população de Belém”, destacou.

Agenda presidencial

A coletiva ocorreu horas antes do início da agenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Belém. Nesta quinta-feira, 2, o presidente visita a Estação de Tratamento de Esgoto Una e inaugura o Parque Linear da Nova Doca.

Na sexta-feira, 3, Lula seguirá vistoriando obras estratégicas, entre elas o Canal da União, o Museu das Amazônias, o Centro Gastronômico, o Parque de Bioeconomia e Inovação (Parque do Futuro II) e o Parque da Cidade.

Leia mais: Lula inaugura obra da COP30 em Belém e visita Ilha do Marajó
Editado por Adrisa De Góes

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