‘A missão do Marçal é desgastar o Bolsonaro’, diz Eduardo sobre eleições


Por: Carol Veras

14 de outubro de 2024
‘A missão do Marçal é desgastar o Bolsonaro’, diz Eduardo sobre eleições
Pablo Marçal e Eduardo Bolsonaro (Composição de Lucas Alves/CENARIUM)

MANAUS (AM) – Em uma live transmitida no último domingo, 13, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) se referiu à candidatura de Pablo Marçal (PRTB) como uma tentativa de ataque direito ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Durante a transmissão no canal Estúdio 5º Elemento, o parlamentar sugeriu que Marçal teria agido de forma calculada para prejudicar o ex-mandatário.

“Eu levanto a pergunta: será que o Marçal queria ganhar a eleição? Porque é meio óbvio que aquilo dali seria um tiro no pé. Até porque, se você precisa fraudar o documento para ganhar do Boulos, você já perdeu, amigo”, afirmou Eduardo, referindo-se ao laudo falso de uso de drogas contra Boulos, divulgado às vésperas da eleição, que culminou da desativação do perfil de Marçal a mando do juiz Rodrigo Capez.

Ele está esperando essa condenação para se pintar ainda mais junto ao sistema e vender curso para caramba. Acho que, no final, é o que ele quer. Ele quer ganhar dinheiro”, disse o deputado sobre o caso, que aguarda movimentações judiciais.

Eduardo Bolsonaro (Reprodução/Youtube)

O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro também destacou que, para ele, Marçal tinha uma missão clara: desgastar a imagem de seu pai. “Acho que a missão do Marçal é desgastar o Bolsonaro. E a gente vai ver agora na dosagem dessa questão da punição com relação à falsidade”, declarou Eduardo, mencionando a investigação sobre a autenticidade do laudo divulgado contra Boulos.

Tentativa de aproximação

Eduardo também relembrou um episódio em que Marçal teria tentado se aproximar da campanha digital de Jair Bolsonaro, mas foi barrado por Carlos Bolsonaro, responsável pela estratégia nas redes sociais. Segundo Eduardo, se o irmão tivesse permitido a entrada de Marçal na equipe, a narrativa do “gabinete do ódio” teria sido reforçada pelos adversários políticos.

“Se nós tivéssemos feito isso, tudo o que o Marçal está fazendo seria a corroboração da tese do gabinete do ódio”, afirmou Eduardo, defendendo o papel de Carlos na proteção da campanha. “Tenho certeza, se o Carlos tivesse feito 10% do que o Marçal fez, já estaria até o cachorrinho dele na cadeira”, completou.

A referência do deputado é sobre o caso onde Polícia Federal cumpriu cinco mandados de prisão em julho deste ano, todos relacionados a um grupo investigado por espalhar notícias falsas sobre autoridades dos Três Poderes e jornalistas. O grupo, conhecido como “Gabinete do Ódio” composto por assessores de comunicação, teria recebido apoio ilegal de membros da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Essas atividades datam a campanha presidencial de 2018.

Direita dividida

O candidato à prefeitura de São Paulo protagonizou uma troca de farpas com o ex-presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais em agosto deste ano. Marçal comentou uma postagem de Bolsonaro no Instagram, na qual o ex-presidente destacava realizações de seu governo relacionadas às ferrovias. “Pra cima, capitão. Como você disse: eles vão sentir saudade de nós”, escreveu Marçal. Em resposta, o perfil oficial de Bolsonaro ironizou: “Nós? Um abraço”.

Em seguida, Marçal reagiu: “Isso mesmo! Coloquei 100 mil reais na sua campanha pra presidente, te ajudei nas estratégias digitais, fiz você gravar mais de 800 vídeos no planalto. Entrei pra lista de investigados da PF por te ajudar. Se não existe o nós, seja mais claro. Entendo sua palavra ao Valdemar Costa Neto, mas a honra e a gratidão são frutos de um homem sensato. Todos os nossos desentendimentos foram resolvidos, almoçamos esses dias, você me deu a medalha e eu continuo te respeitando“, concluiu o coach.

A relação permanece sob rompimento. Durante uma live transmitida no dia 4 de outubro, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou o candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), e pediu aos eleitores de direita que votem em Ricardo Nunes (MDB) para impedir o avanço da “extrema esquerda”.

“A gente está lutando pela reeleição do Ricardo Nunes”, declarou Bolsonaro. Em outro momento da live, o ex-presidente atacou Marçal, que, segundo pesquisa Datafolha, detém mais da metade do voto bolsonarista em São Paulo. O ex-presidente chamou o influenciador de “idiota” e o criticou por suas declarações sobre uma divisão no campo da direita.

Bolsonaro e o candidato a vice de Ricardo Nunes, Mello Araújo (Reprodução/Youtube)

“Se alguém acha que vai rachar a direita dessa forma, está errado. Primeiro, quem uniu a direita foi você que está falando? Você, seu idiota, o que você fez pela direita para estar cantando de galo aí? Gente que nunca foi vereador, nas minhas costas teve centenas de milhares de votos. Cresça e apareça, pô.” Bolsonaro chamou Marçal de “fofoqueiro” em resposta a uma declaração do influenciador, que afirmou que o ex-presidente teria retirado o pré-candidato Gustavo Gayer (PL) da corrida pela Prefeitura de Goiânia para agradar o centrão.

Leia também: Bolsonaro volta a Manaus para apoiar Alberto Neto no 2° turno

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