‘A mobilização é real, a maioria tenta ajudar com o pouco que pode’, diz estudante brasileira sobre doações para refugiados na Polônia

Priscilla Peixoto – Da Revista Cenarium

MANAUS – Na contramão da Guerra que ocorre no Leste Europeu entre Rússia e Ucrânia, brasileiros e pessoas de outras nacionalidades residentes de países vizinhos da zona de confronto têm se unido para ajudar e acolher refugiados ucranianos que chegam à Polônia.

Alimentos, itens de higiene pessoal, fraldas, agasalhos, roupas, mantas e cobertores são alguns dos elementos que compõem as doações que os voluntários da cidade polonesa de Wrocław destinam aos acolhidos na região, como conta a estudante brasileira, que mora no local, Maria da Luz*, e integra a equipe de voluntariados em amenizar a situação de emergência.

“Algumas das doações já estão sendo destinadas para os ucranianos da cidade onde moro, e uma parte vai ser enviada para Lviv, que é uma cidade que fica aqui na fronteira com a Polônia e é por onde as pessoas estão conseguindo entrar, e nós estamos levando as doações. Essas doações são levadas por pessoas específicas e responsáveis porque não é todo mundo que está conseguindo cruzar a fronteira por lá estar bem complicado, por isso organizamos pontos de coletas”, diz a estudante de gestão, que mora em Wrocław há três anos.

Rede de apoio

Na Polônia, os pontos de coletas estão distribuídos em todas as escolas públicas da cidade e na estação de trem. “Há vários lugares, porque tem gente fazendo essas ações por iniciativa própria”, salienta Maria*. Além dos brasileiros que moram na Polônia, também podem ajudar aqueles que residem no Brasil.

De acordo com a estudante, no Brasil também há pontos de auxílio destinados aos refugiados como Ukra Bar, bar ucraniano localizado em Curitiba. O estabelecimento realiza uma ação, em nome da Representação Central Ucraniana, para arrecadar valores transferidos para a Ucrânia.

A página do Ukra Bar está disponível na rede social Instagram onde são repassadas todas as orientações aos que queiram contribuir com alguma quantia destina à compra de itens para os acolhidos. Inclusive, a estudante cita que alguns produtos específicos são os mais necessários, como alimentos enlatados e produtos de higiene.

União

“Vejo uma vontade muito grande das pessoas, aqui na Polônia, em querer ajudar. Os brasileiros estão bem unidos e dispostos. Procurem no Brasil, também, onde você pode fazer sua parte. A mobilização é real, embora o contexto seja triste, é bonito ver essa empatia”, finaliza.

Vale ressaltar que a Polônia se tornou um dos principais destinos dos refugiados, até o momento são 650.000 ucranianos que já chegaram ao país. A Hungria é o destino de 145.000 refugiados, seguidos da Moldávia, com 103.000 e Eslováquia e Romênia, com 90.000 e 57.000, respectivamente.

*Maria da Luz é um nome fictício para preservar a identidade da fonte que, por questões de segurança, preferiu não ter o nome revelado.