‘A quem interessar, diga que, se não tiver eleição auditável, não terá eleição’, diz general Braga Netto

General e Ministro da Defesa, Braga Neto (Reprodução/Agência Brasil)
Com informações do UOL

O ministro da Defesa, Braga Netto,  fez chegar ao gabinete do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o recado de que não haveria eleições em 2022, se não houvesse voto impresso e auditável.

A informação foi revelada pelo Estadão, que disse ainda que ao dar o aviso ao parlamentar, o ministro estava acompanhado de chefes militares do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. A subida de tom de Braga Netto se dá justamente no momento em que a CPI da Covid passa a descobrir o envolvimento de militares nas negociações para a compra de doses de vacinas.

Ao receber o recado do ministro da Defesa, diz o jornal, Lira procurou Jair Bolsonaro e disse, segundo interlocutores, que não contasse com ele para qualquer ato de ruptura institucional. O deputado afirmou se manter fiel ao presidente, mas não admitiria golpe.

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Bolsonaro respondeu que nunca havia defendido um golpe, apesar de repetir as falas de Braga Netto a apoiadores e em sua live semanal.

Na semana passada, o governo articulou uma manobra para não sofrer derrota na comissão especial da Câmara que analisa a PEC do voto impresso. Recentemente, 11 partidos disseram não apoiar o texto. Antes do projeto ser barrado, no entanto, o governo conseguiu adiar a discussão para depois do recesso parlamentar, em agosto.

Desde então, Arthur Lira tem defendido publicamente o semipresidencialismo, sistema de governo que retira poderes do presidente. A reação às ameaças de Braga Netto foi imediata. Parlamentares de diferentes espectros se manifestaram pelas redes sociais. O presidente da Câmara, no entanto, afirmou por meio de sua assessoria, que não vai comentar.

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), afirmou que é “grave essa militância política do comando das FFAA. Ao invés de defender o país, o ameaçam?! A Câmara tem de aprovar a convocação do general pretendente a ditador”.

Já a deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), que é autora da PEC que pretende barrar militar em cargo civil, disse que imagina que “o presidente da Câmara virá a público e dirá q nenhuma autoridade do Estado teria coragem de fazer tamanha ameaça contra a democracia e também exigirá pública e duramente que isso seja esclarecido.”

O deputado Chico D’Angelo (PDT-RJ) afirmou. “Que fique claro, o Congresso não se intimidará por ameaças golpistas. Seguiremos firmes na defesa da democracia!”

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