A simbologia e reflexão da Sexta-Feira Santa na visão de católicos e evangélicos

O dia é uma forma de relembrar desde o momento em que Jesus recebeu a coroa de espinhos e carregou a cruz, até o quando ele foi morto e sepultado no ano 33 d.C (Ricardo Oliveira/Revista Cenarium)

Victória Sales – Da Revista Cenarium

MANAUS – Segundo o cristianismo, nesta sexta-feira, 2, os católicos de todo o mundo celebram a Sexta-Feira Santa ou também conhecida como Sexta-Feira da Paixão. A data tornou-se uma maneira de refletir e simbolizar o sacrifício de Jesus Cristo na cruz nas várias frentes do cristianismo. O dia é uma forma de relembrar desde o momento em que Jesus recebeu a coroa de espinhos e carregou a cruz até quando ele foi morto e sepultado no ano 33 d.C.

Em uma entrevista exclusiva à REVISTA CENARIUM, o padre Marco Antonio Cardoso, que é pároco em Presidente Figueiredo, no Amazonas, explicou a importância da data para os cristãos. “Essa data, assim como todo o Tríduo Pascal, que começa na Quinta-Feira Santa e se estende até o sábado de aleluia, tem o grandíssimo valor de compor as últimas horas de Jesus no mundo e refletir sobre seu sacrifício e sua oferta na cruz. Jesus é o cordeiro que se entrega para nos salvar do pecado e nos garantir a vida eterna”, destacou.

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“O Tríduo concentra e é fonte de toda a nossa fé. Para a paixão, morte e ressurreição de Jesus que converge toda a doutrina cristã-católica. Nele se fundamenta nossa crença e dele propaga-se o anúncio do ressuscitado. Como afirma o apóstolo Paulo: e se Cristo não ressuscitou, é inútil a nossa pregação, como igualmente é improdutiva a vossa fé”, explicou o padre.

Para o missionário da igreja evangélica, Edson Teixeira, a Sexta-Feira Santa para os evangélicos tem o significado do que as escrituras nos ensina, que é a Paixão de Cristo. “A gente relembra o sofrimento de Jesus, no quanto ele sofreu por nós em caráter de substituição. Ele nos traz a paixão, mas não no sentido de amor e sim no sentido de sofrimento e, por isso, nós falamos a paixão de Cristo, que significa os sofrimentos de Cristo”, explicou.

Já o pastor Renato Jorge destaca que, para os cristãos, são todos aqueles que professam a fé em Cristo Jesus, independente da sua religião, a Sexta-Feira Santa é um momento de lembrar o sacrifício de Cristo que foi feito na cruz do Calvário, embora nós, evangélicos, levamos na nossa vida o morrer de Cristo diariamente e todos os meses celebramos a Santa Ceia do Senhor.

A simbologia da Sexta-Feira Santa para os cristãos (Ricardo Oliveira/Revista Cenarium)

Pandemia da Covid-19 

Marco Antonio afirmou ainda que a data nos traz uma verdadeira reflexão sobre os últimos acontecimentos no mundo relacionados à pandemia da Covid-19. “Jesus carregando sua cruz se faz solidário com todas as famílias que sofrem pela perda de seus entes queridos. Suas dores são as dores de Jesus. Ele se faz solidário com os incansáveis profissionais que não medem esforços para salvar vidas nos leitos das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Jesus carrega a dor de tantos desempregados e desassistidos”, reforçou.

“Que essas e as inúmeras dores encontrem na mensagem do crucificado o sentido e a razão em crer que a força da vida é maior que a morte, que a força do amor é maior que a indiferença, que a força da ressureição é maior que no negacionismo. Com fé e vacina iremos superar essa pandemia”, ressaltou o padre.

O pastor Renato Jorge ressalta que “Jesus nos ensina que o que mais importa é estarmos bem com Deus, como ele bem disse que aquele que crê nele, ainda que morra, viverá. É certo que nós, quando perdemos um ente querido, sofremos, pois a nossa natureza é terrena, mas o verdadeiro evangélico não teme a morte, porque sabe que essa é a vida e a única certeza que temos quando nascemos é que um dia vamos morrer, mas para aqueles que crê em Cristo, na morte, é o início de uma vida”, explicou.

Tradição

Na Sexta-Feira Santa, os cristãos se abstiveram de comer carne vermelha por vários anos e muitas pessoas comem peixe como uma forma de tradição religiosa. Marco explicou que “a igreja católica por tradição orienta o jejum da carne as sextas-feiras em referência à Sexta-Feira da Paixão de modo que a substituição seja feita, dentro do possível, durante toda a vida do cristão e não só na Semana Santa”.

Já para o tempo de Quaresma, que é o período do ano litúrgico que antecede a Páscoa, o padre ressalta o significado dessa tradição para os cristãos. “Durante a Quaresma, a doutrina católica apresenta três dimensões a serem vivenciadas de forma mais intensa pelo fiel, de modo que ele cumpra ao longo da sua vida, mas intensificada nesse período de preparação para a Páscoa. As três dimensões são: o jejum, a oração e a caridade. O abster-se de algo corresponde a um sacrifício pessoal como forma de exercício para superar o pecado”, explicou.

Significado do nome

“O termo santo corresponde à Santidade de Deus. Só Ele é Santo. Quando fazemos essa correspondência significa que esses dias (a Semana Santa que começa no Domingo de Ramos) são santificados, isto é, são especiais, pois fazem memória aos últimos dias de Jesus no mundo. Então, não é uma semana igual as outras, é uma Semana Santa, especial”, explicou Marco.

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