Acadêmicos de comunicação debatem sobre pandemia, desmatamento e economia na UFPA

Curso de comunicação promove encontro científico de comunicação na Amazônia (Reprodução/Internet)

Mencius Melo – da Revista Cenarium

MANAUS – Debater e identificar panoramas sobre a pesquisa em comunicação na Amazônia em tempos de aguda crise o esteio central da quarta edição do Encontro de Pesquisa em Comunicação na Amazônia (EPCA), evento cientifico promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCOM) da Universidade Federal do Pará (UFPA).

Em formato virtual por conta da pandemia, o encontro foi iniciado no dia 26 de agosto e encerra nesta sexta-feira, 28. Com o tema “Pesquisa em Comunicação na Amazônia: os desafios de fazer ciência em tempos de crise”, o EPCA se torna um fórum a serviço da ciência da comunicação na Região Norte.

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Segundo a doutoranda do Programa de PPGCOM, Nathália Fonseca, nesta edição do EPCA, a pandemia está no centro das observações. “Estamos realizando o encontro em um formato completamente digital por conta da pandemia. Então ela está na centralidade dessa problemática”, observou.

Contudo, a doutoranda entende que as discussões no encontro devem se abrir em leques direcionados às demais crises brasileiras. “A gente entende que apesar da centralidade da pandemia, ela está em rede com diversas outras crises as quais o Brasil está vivenciando há pelo menos sete anos”, observou.

Eixos de discussão

Divido em seminários e debates, o evento vai explorar quatro eixos: jornalismo, meios, tecnologia e processos comunicacionais; Além de debater sobre cultura, resistência e comunidades tradicionais. Já os debates apresentam dois temas: cotidiano e resistências, com os temas “Missão Amazônia” e “comunicação em tempos de crise: pesquisa e mídia em foco”.

Questionada sobre as urgências de discussão entre os temas, a pesquisadora declarou. “Não estamos hierarquizando os temas, o desmatamento, a crise econômica e a pandemia estão intrinsecamente ligados e, partindo disso, teremos a perspectiva de um olhar macro por parte dos participantes”, sintetizou.

Com transmissão pela plataforma YouTube, o formato on-line permitiu participação ampliada, com submissão de trabalhos produzidos em instituições brasileiras e internacionais. Foram 66 resumos expandidos submetidos de todos os Estados da região amazônica, além de instituições do Rio Grande do Norte, Bahia, São Paulo e Rio de Janeiro, no Brasil; e de Portalegre, em Portugal.

Segundo a organização, a Comissão Julgadora somou 28 Mestres e Doutores em Ciências da Comunicação dos estados do Acre, Amapá, Maranhão, Pará, Roraima e Bahia. Além dos 26 participantes conferencistas, há ainda, palestrantes e mediadores que estão conduzindo debates e ministrando falas.

Crítica científica

Segundo Nathália, as dificuldades de acesso a informações em órgãos que respondem pela Amazônia a nível de governo federal. “Não posso responder como algo oficial do EPCA. Mas posso responder como pesquisadora do campo da comunicação e política, por isso considero as posturas do atual governo, como um movimento antidemocrático porque fere o preceito democrático da transparência”, ponderou.

Para a acadêmica, comportamentos dessa natureza estão cada vez mais comuns no Brasil. “Estamos vivendo infelizmente nos últimos anos, a emergência de discursos conservadores que estão sendo alimentados pela mídia tradicional, como ocorreu no ‘Fora Dilma’”, observou.

“Não sei se é possível garantir uma imprensa livre e atuante, mas precisamos no nosso trabalho para fomentar um senso crítico. Para também fomentar a liberdade de expressão que vai contra tudo isso que vem sendo imposto por esse governo genocida. Precisamos resistir”, finalizou.

A programação do EPCA está sendo transmitida via YouTube com debates, seminários, grupos de trabalho Bem como conferência, programação cultural e ação solidária. Com a presença virtual de professores e alunos do PPGCOM-UFPA.

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