Afastado por 120 dias e preso, vereador de Manaus continuará recebendo salário
Por: Jadson Lima
03 de outubro de 2025
MANAUS (AM) – O vereador de Manaus Rosinaldo Bual (Agir), preso preventivamente pelo Ministério Público do Amazonas (MP-AM) nesta sexta-feira, 3, foi afastado das funções na Câmara Municipal de Manaus (CMM) por 120 dias, mas seguirá recebendo o salário de parlamentar. O político e mais cinco assessores foram alvo de operação do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) no âmbito de investigação que apura a suspeita de um esquema de associação criminosa de “rachadinha” no Parlamento municipal.
A TV CENARIUM registrou o momento em que Bual e a chefe de gabinete dele, Luzia Seixas Barbosa, deixaram o 19° Distrito Integrado de Polícia (DIP) após quase seis horas detidos na unidade policial. Eles haviam dado entrada na unidade às 8h30 e saíram por volta de 14h para a audiência de custódia. Nas imagens, o vereador aparece de camiseta preta e chinelos, enquanto Luzia deixou o local cobrindo parte do rosto com um tecido.

Além das duas prisões, outros quatro assessores do gabinete de Rosinaldo Bual foram afastados das funções na Câmara Municipal e tiveram mandados de busca e apreensão cumpridos em endereços ligados a eles. São os assessores: Alex Souza da Silva, Bianca Araújo Dutra, David da Silva Gomes e Rômulo Kayky dos Santos Silva.
Durante o cumprimento das ordens judiciais, os agentes do Gaeco localizaram três cofres em endereços ligados ao parlamentar. No interior deles, foram apreendidas sacola com dinheiro em espécie e cheques que, somados, alcançam R$ 890 mil. As buscas também resultaram na apreensão de joias e de uma arma de fogo em posse do vereador, que resultou em autuação em flagrante por porte ilegal de arma de uso permitido.

O MP-AM também apura se Rosinaldo Bual utilizaria também esses recursos para agiotagem. Informação exclusiva da CENARIUM mostra que em maio de 2024, o vereador foi formalmente acusado pela prática contra um empresário de Manaus. O crime foi citado em Julgamento da Apelação de uma ação de integração de posse entrou na pauta da Primeira Câmara Civil do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM).
O promotor Leonardo Tupinambá, coordenador do Gaeco, as investigações apontam que Bual mantinha funcionários em seu gabinete com alta rotatividade, exigindo que parte dos salários fosse devolvida. O dinheiro ia, primeiramente, para quatro a cinco pessoas da equipe do parlamentar, que depois revertiam os valores em benefícios do parlamentar.
“O vereador tinha uma alta rotatividade entre os funcionários do gabinete. Identificamos aproximadamente 50 servidores, dos quais até metade do salário deveria ser devolvida a ele”, disse o promotor.