Aglomeração e falta de uso de máscaras favorecem novos casos da Covid-19, diz estudo da Ufam

Rodoviários das empresas Via Verde e São Pedro cruzaram os braços na manhã desta segunda-feira.(Gabriel Abreu/Revista Cenarium)

Da Revista Cenarium*

MANAUS – Um estudo da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) aponta que, com a flexibilização do distanciamento social e o relaxamento da população nas adoções de medidas preventivas, como por exemplo, o uso de máscaras e as aglomerações têm parcela significativa no número de novos casos da Covid-19 no Estado.

Intitulado ‘Epidemiologia do novo Coronavírus (Covid-19) no Amazonas, Brasil’, do professor da instituição, Alan Sérgio Mazzari, em parceria a professora Tammylis Rebouças Monteiro e o professor Daniel Salgado Xavier, divulgado nesta semana, o estudo apresenta uma análise documental sobre os principais dados epidemiológicos dos últimos três meses sobre a Covid-19 no Amazonas. 

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A pesquisa analisou 130 boletins diários disponibilizados pela Fundação de Vigilância em Saúde (FVS/AM) em correlação aos dados do censo populacional das cidades do Amazonas viabilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2020), para a obtenção das taxas de incidência, mortalidade e letalidade em todo o estado. De acordo com o professor Mazzari, trata-se de uma pesquisa de cunho descritivo, com abordagem quantitativo-qualitativa. 

“Com base nos resultados de casos notificados, concluímos que o Amazonas se encontra em uma curva ascendente, em reflexo ao aumento no número de testagem e provavelmente em consequência a flexibilização do distanciamento social e do relaxamento nas adoções de medidas preventivas”, disse.

Segundo ele, com relação ao número de óbitos e da taxa de letalidade, o Amazonas se encontra em uma curva descendente, em reflexo às medidas adotadas pelo governo nos primeiros 86 dias de pandemia, com destaque para o distanciamento social, por meio da quarentena. “Lembro, ainda, que este artigo está em processo de avaliação na Revista Sustinere do Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro”, explicou o docente.

Estudo

A pesquisa aponta que após três meses de pandemia, o Estado apresentou 52.849 casos confirmados, 2.363 óbitos, taxa de incidência de 12,72, taxa de mortalidade de 0,570 e taxa de letalidade de 44,71. Em relação aos casos acumulados, as cidades do interior, no dia 19 de maio, ultrapassaram a capital. No dia nove de julho, o Amazonas registrou 81.318 casos acumulados, distribuídos 51.482 pelas cidades do interior e outros 29.836 na capital. 

A 11º semana representou o pico de notificações de novos casos da Covid-19 e a partir desse pico as notificações de novos casos do coronavírus começaram a diminuir progressivamente.

No entanto, com a flexibilização do distanciamento social e o relaxamento nas adoções de medidas preventivas, como por exemplo, o uso de máscaras e as aglomerações, na 17º e 18º semanas, o número de novos casos voltou a apresentar significativo crescimento. 

Óbitos

No que se refere aos óbitos, foi observado que a oitava semana representou o pico de notificações de óbitos pela Covid-19 no Amazonas, e, a partir desse pico as notificações de óbitos começaram a reduzir progressivamente. No entanto, a partir da 12º semana, o número de novos óbitos começou a oscilar entre crescimento e diminuição. 

No período analisado, Manaus foi a cidade com maior taxa de letalidade, 62,68; Coari foi a cidade do interior com mais casos notificados; Manacapuru foi a cidade do interior com mais óbitos e é a cidade com maior taxa de mortalidade, 1,314; Japurá é a cidade com maior taxa de incidência, 107,80; 

No estado, entre os dia 11/04 e 09/07, a taxa de incidência passou de 0,25 para 19,62 ; a taxa de mortalidade passou de 0,051 para 0,720; a taxa de letalidade passou de 52,74 para 36,71. A pesquisa finaliza apontando a necessidade de mais estudos relacionados ao distanciamento social e a epidemiologia da Covid-19.

(*) Com informações da assessoria

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