Agnaldo Oliveira foi pioneiro em pautas ambientais e ficou conhecido pelo bordão: ‘No coração da Amazônia’

Mencius Melo – Da Revista Cenarium

MANAUS – Vítima de covid-19 na manhã desta segunda-feira, 4, o jornalista amazonense Agnaldo Oliveira Júnior deixou um legado de matérias ambientais nos 16 anos em que trabalhou na TV Amazonas, filial da Rede Globo em Manaus, ficando conhecido por sempre usar o termo “No coração da Amazônia” ao se referir à capital amazonense nas reportagens.

Agnaldo foi vencedor de prêmios como o de Jornalismo Científico da Fundação de Amparo do Estado do Amazonas (Fapeam) em 2014, no qual retratou a relação do clima e queimadas no interior do Estado, material que foi reproduzido na TV Cultura de São Paulo.

“A REVISTA CENARIUM lamenta a morte de Agnaldo Oliveira que foi um profissional de Jornalismo que muito priorizou pautas sobre a Amazônia, apontando desafios e ameaças como alerta às autoridades. Com toda certeza, aprendemos muito com ele”, disse a diretora da CENARIUM, jornalista Paula Litaiff.

Correspondente de um veículo nacional para cobrir a Copa do Mundo de 2014 em Manaus, Agnaldo reuniu suas reportagens em um livro de 244 páginas na obra “Relatos de Uma Copa no Coração da Amazônia”.

A obra foi lançada em 2018, quatro anos depois, durante a Copa da Rússia. “O livro é uma reunião de boas histórias que aconteceram em Manaus em 2014. Tive a oportunidade de cobrir a copa credenciado pela Fifa, foi um momento muito marcante na minha carreira”, relatou há dois anos.

Com MBA Executivo em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), Agnaldo era pós-graduado em Gestão de Empresas Internacionais pelo Instituto de Ciências do Trabalho e da Empresa/Instituto Universidade de Lisboa (ISCTE/IUL).

Consternados

Após saber da morte de Agnaldo Oliveira, o governador do Amazonas Wilson Lima (PSC), que é jornalista, lembrou da luta do Estado contra o avanço da covid-19.

“Hoje, perdemos o jornalista Agnaldo Oliveira nesta luta inglória contra a Covid-19. Agnaldo já foi repórter da TV Globo no Amazonas e agora atuava como assessor de comunicação no Ministério Público do Estado”, lamentou.

A vice-presidente do Sindicato dos Jornalistas do Amazonas, Ed Blair, que trabalhou com Agnaldo fez uma homenagem ao colega nas redes sociais. “Amigo forjado nos desafios jornalísticos diários, nas alegrias e tristezas de termos nossas matérias divulgadas e talento reconhecido”, escreveu.