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‘Agora vou quebrar sua cara’: vereadores de SP brigam em grupo de WhatsApp
Há ameaças de agressão, xingamento e acusações, por parte dos políticos, conforme apontam os prints (Reprodução/Internet)
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06 de março de 2022
Com informações do Uol
Os vereadores da cidade de São Paulo Adilson Amadeu (DEM) e Camilo Cristófaro (PSB) protagonizaram uma briga, em um grupo de WhatsApp, com outros parlamentares, na noite desse sábado, 5. Há ameaças de agressão, xingamento e acusações, por parte dos políticos, conforme apontam os prints aos quais o UOL obteve acesso e que foram confirmados pelos envolvidos.
Adilson Amadeu afirma que a briga começou porque Cristófaro, primeiro, acusou-o de envolvimento com a feira da madrugada, uma zona de comércio popular tradicional, no Brás, na região central de São Paulo. A reportagem questionou Cristófaro, que não respondeu se começou a briga.
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Às 19h36, Amadeu escreve que “é bom não guspir [sic] no prato que come, já dizia meu avô”. Cristófaro menciona a mensagem e responde: “Eu não sou sócio da feira da madrugada”. Com letras maiúsculas, Amadeu rebate: “MENOS. FDP”.
Na sequência, outras mensagens atribuídas a parlamentares pedem calma aos vereadores. “Gente. Vamos para onde? Amai-vos uns aos outros!”, escreveu um dos integrantes.
Às 20h07, Camilo Cristófaro marcou a mensagem “FDP” e rebateu o parlamentar: “Você é doente. Precisa se tratar. Minha mãe está morta. Tenho caráter. Tenho palavra. Tenho vergonha na cara. Tenho família. Minha mãe está morta”, escreveu o vereador.
Em mensagens posteriores, Camilo voltou a defender sua mãe e prometeu ir a uma delegacia registrar queixa-crime contra Adilson Amadeu.
Às 20h18, ao que parece ser uma tentativa de mudar o assunto, um integrante do grupo pergunta ao vereador Milton Leite (DEM), presidente da Câmara dos Vereadores, qual seria a pauta de votação da semana.
Cristófaro se antecipa e responde: “A pauta é saber o que a mesa diretora desta Casa fará com um vereador que chama a mãe morta do outro de puta e todos se calam e se acovardam”. Milton Leite foi procurado, mas não respondeu até agora.
Procurado, o vereador Adilson Amadeu disse que processará Camilo Cristófaro. “Durante a campanha, para tentar ganhar holofotes em cima do meu nome, o parlamentar já havia agredido a honra de minha família”, acusou.
“Eu apenas me defendi dos ataques. Já ele, terá de responder, mais uma vez, à Justiça. Lamento muito pelos meus colegas que, mais uma vez, tiveram de presenciar mais um episódio tão triste como esse. E agradeço pelas várias demonstrações de solidariedade que recebi por parte deles”, escreveu Amadeu.
Cristófaro, contatado pela reportagem, voltou a insinuar o envolvimento do vereador com a feira. “Pergunta por que ele tomou as dores da feira da madrugada. Quem chamou minha mãe morta de puta foi ele.
Eu, em momento algum, o ofendi. Só que ele tomou as dores dos donos da feira”, escreveu o vereador. “Eu fui chamado de FDP, gratuitamente. E ele se doeu por termos citado a picaretagem que é o circuito de compras”, concluiu.
Em 2017, o vereador Adilson Amadeu, então no PTB, propôs a criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar “danos ao erário público” que seriam causados por irregularidades no contrato de concessão da Prefeitura de São Paulo ao Circuito de Compras, a feira da madrugada. Cristófaro participou das apurações.
Outros casos
Os dois vereadores estão envolvidos em outras discussões, agressões e até injúrias raciais. Em 2019, o vereador Daniel Annenberg (PSDB) foi xingado de “judeu filho da puta”, na Câmara de Vereadores, por Adilson Amadeu.
O MP-SP (Ministério Público de São Paulo) também denunciou Amadeu por outra declaração preconceituosa contra judeus, feita em um grupo de WhatsApp.
Já Camilo Cristófaro, em 2017, teria xingado, a então vereadora pelo PSOL, Isa Penna. Ela relatou ter sido xingada de “vagabunda” e “terrorista” por ele, no elevador da Câmara. Cristófaro teria falado ainda para Isa não ficar surpresa “se tomar uns tapas na rua”. Na época, ele disse “não ter posição nenhuma para dar sobre isso”.
Outro caso, dessa vez uma acusação de racismo, se deu em 2018, quando o então vereador George Hato (MDB) protocolou um pedido de cassação de Camilo Cristófaro, acusando o colega de injúria racial por esticar os olhos, com as mãos, em um vídeo se referindo a Hato, que é descendente de japoneses.
Em 2020, um funcionário da subprefeitura do Ipiranga, na Zona Sul, registrou boletim de ocorrência por ser xingado e agredido fisicamente, segundo sua versão, por Camilo Cristófaro. O vereador alegou ter sido um “empurra-empurra” e que se defendeu na ocasião.
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