‘Agro é Fogo’: dossiê sobre relação de grilagem com incêndios em biomas brasileiros é lançado nesta quarta, 14

Área próxima à Reserva Particular de Patrimônio Natural Morro do Azeite, em MS (Reprodução/Governo do Mato Grosso)

Marcela Leiros – Da Revista Cenarium

MANAUS – A Articulação “Agro é Fogo”, formada por representantes de movimentos, organizações e pastorais sociais de três biomas do Brasil, lança nesta quarta-feira, 14, o dossiê “Agro é Fogo”: grilagem, desmatamento e incêndios na Amazônia, Cerrado e Pantanal. O documento será publicado às 18h (horário de Brasília) e será disponibilizado ao público no endereço https://agroefogo.org.br/.

O tema principal abordará como o agronegócio utiliza o fogo, de forma direta ou indiretamente, a processos de desmatamento e grilagem para promover e consolidar a expansão da fronteira agrícola. “Os incêndios florestais provocados no caminho causam a devastação ambiental e, ao mesmo tempo, constituem uma arma para ameaçar e expulsar os povos e comunidades de seus territórios de vida”, indica a articulação.

PUBLICIDADE

A plataforma traz ainda análises e denúncias sobre as múltiplas dimensões da devastação ambiental e dos conflitos por terra que se dão no rastro do uso criminoso do fogo pela cadeia do agronegócio, evidenciando a relação entre a questão ambiental, agrária e fundiária no Brasil.

O dossiê apresentará, ainda, três principais questões como o incêndio ligado ao desmatamento e a grilagem de terras nos três biomas; diferenciação entre queimadas feitas por comunidades tradicionais e incêndios causados pelo agronegócio (rebatendo, principalmente, discursos que acusam indígenas e pequenos proprietários de causarem incêndios de grande magnitude nos biomas); e ainda as relações entre o executivo e o parlamento do País, que tem o próprio canário para que a grilagem ocorra.

Articulação “Agro é Fogo”

A Articulação “Agro é Fogo” reúne cerca de 30 movimentos, organizações e pastorais sociais que atuam há décadas na defesa da Amazônia, Cerrado e Pantanal e seus povos e comunidades, surgiu como reação aos incêndios florestais que assolaram o Brasil nos últimos dois anos, como o Dia do Fogo, em 2019, e os incêndios que devastaram o Pantanal em 2020.

Segundo o Greenpeace – organização não governamental ambiental – durante os dias 10 e 11 de agosto de 2019, aconteceu no Pará o “Dia do Fogo”, quando produtores rurais da região se mobilizaram para atear fogo na Amazônia.

Em 2020, o Pantanal nos Estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul sofreu a maior devastação da história do bioma. O governo mato-grossense afirmou que perícias realizadas na região dos incêndios constataram que foram provocados por ação humana, assim como no Mato Grosso do Sul, onde a Polícia Federal constatou que os incêndios começaram em quatro fazendas de grande porte em Corumbá, no interior do Estado.

Edição: Alessandra Leite

PUBLICIDADE

O que você achou deste conteúdo?

Compartilhe:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.