Àkàsà estreia peça sobre masculinidades negras e LGBTQIAPN+


Por: Cenarium*

13 de agosto de 2025
Àkàsà estreia peça sobre masculinidades negras e LGBTQIAPN+
Espetáculo reflete masculinidades negras e estreia com sessões gratuitas em SP (Thaiany Coimbra)

MANAUS (AM) – O Àkàsà Coletivo Artístico estreia em agosto o espetáculo Entre homens em fuga, meninos que sonham, que aprofunda a investigação do grupo sobre a construção das masculinidades e os impactos desse modelo sobre homens negros, periféricos e LGBTQIAPN+. A criação dá continuidade ao trabalho iniciado com FUGA, rotas de exaustão, e propõe uma reflexão sobre como padrões coloniais e violentos moldam o corpo, a sensibilidade e as relações desses sujeitos desde a infância.

A estreia acontece no dia 14 de agosto, no Centro de Referência da Dança, no centro de São Paulo, onde o espetáculo permanece em cartaz até o dia 17. Nos dias 23 e 24, a obra será apresentada no Espaço Cultural Adebankê, em Artur Alvim. A entrada é gratuita em todas as sessões.

A estreia acontece no dia 14 de agosto, no Centro de Referência da Dança, no centro de São Paulo (Thaiany Coimbra)

A proposta do grupo parte da compreensão de que o modelo dominante de masculinidade, estruturado por lógicas coloniais e violentas, impacta não apenas os que estão ao redor, mas também os próprios homens que o reproduzem. A partir dessa visão, o coletivo direciona sua pesquisa para as raízes desse processo, com foco nas infâncias e nos atravessamentos que moldam desde cedo o comportamento masculino. Esse olhar resultou no projeto Meninos Também Podem e em ações formativas com instituições de ensino. O espetáculo integra o projeto Pau seco, florá, contemplado pelo 21º Programa VAI, e se propõe a aprofundar esse caminho por meio de uma dramaturgia que articula memória, sonho e escuta como ferramentas de reconstrução e diálogo.

Nos dias 23 e 24, a obra será apresentada no Espaço Cultural Adebankê, em Artur Alvim (Thaiany Coimbra)

A obra toma como ponto de partida a figura de Zé Pelintra, presente no imaginário popular brasileiro e ligada à malandragem, ao povo de rua e às religiões de matriz afro-brasileira. A partir dessa referência, o espetáculo propõe um encontro simbólico com personagens como as Mariás, as malandras e as pombagiras, criando uma cena que busca caminhos possíveis de diálogo entre homens e mulheres. A criação se desenvolve a partir de saberes ancestrais, populares e espirituais, explorando formas coletivas de repensar os modelos tradicionais de masculinidade.

Com direção e preparação corporal de Marcio Dantas, o trabalho tem concepção e performance de John Yuri, Bruno Faowmanma e Julia Amaro Medeiros. A criação dialoga com teatro, dança e performance, dissolvendo fronteiras entre linguagens. A trilha sonora original é assinada por Thiago Akobi, o figurino por Yuri Nascimento, a iluminação por Tati Santos e a produção geral por Renan Marangoni. A consultoria cênica é de Douglas Iesus.

A pesquisa que fundamenta o espetáculo se expandiu por meio de rodas de conversa com psicólogos, mestres de saberes populares e artistas. Esses encontros aprofundaram temas como infância, saúde mental, autocuidado, valores civilizatórios e religiosidade de matriz afro-brasileira. As reflexões geradas nesse processo permeiam diretamente a criação, unindo pensamento e prática cênica.

Entre homens em fuga, meninos que sonham se configura como uma experiência pautada na escuta, na memória e no sonho. A obra propõe uma travessia que parte da questão levantada em FUGA: se os modelos vigentes não atendem, como imaginar, em comunidade, outras possibilidades de existência?

(*) Com informações da Assessoria

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