Alertas de desmatamento de janeiro se concentraram em MT, RO e PA, mostra Inpe

Desmatamento entre os Estados do Amazonas e Rondônia. (Divulgação/ Greenpeace)
Marcela Leiros – Da Revista Cenarium

MANAUS – Os alertas de desmatamento da Amazônia coletados pelo sistema de satélite Deter, do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), entre os dias 1ºe 31 de janeiro, se concentraram principalmente nos Estados de Mato Grosso, Rondônia e Pará, segundo o Estadão. Em toda a região, foram desmatados 430 quilômetros quadrados de floresta nativa, o equivalente a 43 mil campos de futebol na mata em apenas um mês ou o equivalente ao tamanho da cidade de Jundiaí (SP).

O volume total representa um aumento explosivo em relação ao mesmo período do ano passado, com alta de 418% ante janeiro de 2021. A devastação de janeiro, conforme os dados, representa a maior área perdida desde 2016, quando foram iniciadas as medições pelo sistema Deter-B. 

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Os Estados compõem o que especialistas chamam de “Arco do Desmatamento”. A expressão se refere a uma região que vai do Oeste do Maranhão e Sul do Pará em direção a Oeste, passando por Mato Grosso, Rondônia e Acre.

Desmatamento no Governo Bolsonaro

No último dia 4, uma nota técnica divulgada pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) apontou a explosão do desmatamento em terras públicas federais na Amazônia desde o início do Governo Jair Bolsonaro (PL), destruição que atingiu um alarmante patamar.

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Os cientistas do instituto, uma organização não governamental, mostraram que a média anual de perda de floresta amazônica foi 56,6% maior, de 2019 a 2021, em relação ao período anterior ao Governo Bolsonaro, de 2016 a 2018 — já era observada uma tendência de crescimento do desmate, e períodos eleitorais, como 2018, tendem a registrar maiores taxas de destruição.

De 2019 até 2021, mais de 32 mil km² de floresta foram ao chão, o equivalente a cerca de 21 vezes o tamanho da cidade de São Paulo.

Conforme o relatório, 51% do desmatamento do último triênio ocorreu em terras públicas, sendo 83% dessas ações em áreas de domínio federal. Em termos absolutos, as chamadas Florestas Públicas Não Destinadas foram as mais atingidas: tiveram alta de 85% na área desmatada, passando de 1.743 km² derrubados anualmente para mais de 3.228 km². No último ano, essa categoria de floresta pública concentrou um terço de todo o desmatamento no bioma.

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