Aliados de Bolsonaro no AM aguardam filiação para definir futuro nas eleições de 2022

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) (Gabriela Bilo/Estadão)
Gabriel Abreu – Da Revista Cenarium

MANAUS – A movimentação partidária do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que pode se filiar ao Partido Liberal (PL) nos próximos dias movimenta os bastidores da política na Amazônia. Nomes tradicionais nos Estados pedem cautela de aliados, até a definição de Bolsonaro na legenda. Nos nove Estados da Amazônia Legal, Bolsonaro tem seis governadores aliados e diversos deputados federais que fazem parte da base aliada no Congresso Nacional.

De acordo com a assessoria de imprensa do PL, Bolsonaro irá se filiar ao partido. A cerimônia está programada para acontecer no dia 22, em Brasília. O próprio Bolsonaro se reuniu com o presidente da legenda, o ex-deputado Valdemar da Costa Neto, nesta quarta-feira, 10, no Palácio do Planalto. No entanto, a filiação ainda não foi confirmada pelo presidente da República. No entanto, as declarações do mesmo já asseguram grandes chances de integração ao PL.

Aliados

Um dos principais aliados de Bolsonaro no Amazonas é o Coronel Menezes, pré-candidato ao Senado que afirmou querer estar onde o presidente estiver. “Isso já está escrito nas estrelas desde o tempo de Cristo”, declarou o político sobre uma possível filiação no PL após a entrada do presidente.

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O deputado federal Capitão Alberto Neto (Republicanos) declarou que deve esperar o momento oportuno para realizar uma possível troca partidária. “Só posso tomar a decisão em março, por conta da janela partidária”, disse o parlamentar.

À esquerda o presidente Bolsonaro e à direita Alfredo Menezes (Reprodução/Rede Social)

Já o deputado estadual Delegado Péricles Nascimento (PSL) declarou que aguarda a filiação definitiva para se manifestar. “Vou aguardar decisão definitiva do presidente Bolsonaro para que assim, a partir daí, conversar e decidir meu destino. Enquanto isso, sigo meu mandato”, declarou Péricles.

O ex-deputado estadual e ex-vereador Chico Preto (sem partido) disse que a filiação de Bolsonaro se justifica por conta da manutenção da base na Câmara e no Senado, fato que pode ajudar o mandatário a discutir e encaminhar votações paradas no Congresso. “Além do que, o PL é um partido de médio e grande porte, que dá ao presidente uma boa sustentação política e eleitoral rumo ao processo da reeleição”, explicou Chico.

Declaração do ex-deputado estadual Chico Preto sobre a filiação de Bolsonaro no PL (Reprodução/Arquivo)

Opositores

Em entrevista à jornalista Andréa Sadi, da Globo News, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB), descartou a possível reeleição do presidente Bolsonaro à Presidência da República. Dino também ressaltou as comparações entre Lula e Bolsonaro e destacou pontos mais positivos do petista do que em Bolsonaro.

“Na hora que você comparar Lula e Bolsonaro, (…) você vai encontrar atributos, aspectos positivos, que farão com que, ao meu ver, seja muito improvável que o Bolsonaro consiga ultrapassar, no contraste, o conjunto de fracassos que ele tem, com o conjunto de sucessos e êxitos que o ex-presidente Lula teve. Os 600 mil óbitos, a conduta negacionista, negligente, desastrada. No momento que tudo isso for colocado sobre a mesa, eu realmente acho muito, muito, muito improvável, eu diria praticamente impossível, que Bolsonaro seja reeleito”, disse Dino.

O deputado federal do Amazonas, Marcelo Ramos, anunciou nessa segunda-feira, 8, em declaração ao programa “Roda Viva”, da TV Cultura Brasil, a saída do Partido Liberal (PL), após a sigla confirmar a filiação do presidente Jair Messias Bolsonaro visando as eleições 2022. O vice-presidente da Câmara disse que não pretende estar no mesmo palanque político que o mandatário do Brasil.

“Eu não estarei no palanque com ele. Mesmo que ele não se filiasse no PL, mas se o PL apoiasse ele, eu não estaria no palanque dele, estaria em outro”, afirmou Marcelo Ramos ao programa.

Análise

Para o analista político Carlos Santiago, Bolsonaro se fortalece ainda mais com a filiação dele no PL. “Isso reforça ainda mais o seu apoio nos Estados e principalmente na região amazônica. “Ele conta com apoio do Amazonas, Roraima, Rondônia, Acre, bem como do Tocantins e de inúmeras lideranças. Porém tanto Bolsonaro quanto os seus opositores até o momento não indicaram qualquer solução para os problemas da região”, analisou o Santiago.

Carlos Santiago afirma que tanto Bolsonaro quanto a oposição não deram quaisquer soluções para os problemas da região (Reprodução/Arquivo)

Governadores

Dos nove governadores da Amazônia, seis são aliados do presidente Jair Bolsonaro. Entre eles: Wilson Lima (PSC-AM), Gladson Camelli (Progressistas-AC); Antonio Denarium (PSL-RR), Mauro Mendes (DEM-MT), bem como Marcos Rocha (PSL-RO), e Wanderlei Barbosa (PSL-TO). Na oposição, estão Helder Barbalho (MDB-PA), Flávio Dino (PSB-MA)e o Waldez Goés (PDT-AP).

Governadores e vice-governadores dos noves estados que compõem a Amazônia (Catarine Hak/Revista Cenarium)
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