Aliados de Bolsonaro no AM se pronunciam sobre prisão de ex-presidente: ‘Perseguição’
Por: Ana Pastana
22 de novembro de 2025
MANAUS (AM) – Políticos do Amazonas e aliados do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) se manifestaram nas redes sociais na manhã deste sábado, 22, após o ex-chefe de Estado ser preso preventivamente pela Polícia Federal (PF), em Brasília (DF), nas primeiras horas do dia. A ordem expedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, apontou indícios de que Bolsonaro estava planejando uma fuga.
O deputado federal Capitão Alberto Neto (PL-AM) usou o Instagram para se manifestar sobre a prisão do líder bolsonarista. Aos mais de 334 mil seguidores, o parlamentar afirmou que o ministro do STF, Alexandre de Moraes, “selou a injustiça no Brasil” e que o ex-presidente merece respeito além de considerar a determinação como desproporcional.
“Presidente Bolsonaro merece respeito, devido processo legal e tratamento digno como qualquer cidadão. O que estamos vendo é desproporção e perseguição. O Brasil precisa voltar a viver sob equilíbrio e justiça“, escreveu.
A deputada estadual bolsonarista Débora Menezes (PL-AM) também usou a mesma rede social para se manifestar sobre a prisão de Bolsonaro. Para a deputada, a prisão do ex-presidente “é um dos maiores absurdos cometidos” na Justiça brasileira e, segundo ela, ele não cometeu crime algum.
“A prisão do presidente Bolsonaro é um dos maiores absurdos cometidos pelo que chamamos de Justiça brasileira… O maior líder que a direita já teve, homem que não cometeu crime algum, foi submetido a um processo absolutamente nulo, agora é levado a prisão! Lutaremos até o fim contra essa injustiça!“, publicou.
Por sua vez, o vereador de Manaus, capitão Carpê (PL-AM), afirmou que a prisão de Bolsonaro pode agravar o estado de saúde dele que, segundo o parlamentar, “piorou bastante nos últimos meses“. “Isso se torna ainda pior pela condição de saúde de Bolsonaro, que piorou bastante nos últimos meses, consequência da facada que ele sofreu. Dias sombrios para nosso nação!“, disse.
Outro vereador de Manaus que também se posicionou sobre o caso foi o coronel Rosses. Por meio de um vídeo, o parlamentar considerou a prisão de Bolsonaro como uma “perseguição” e que ele foi preso “por causa de uma oração“. Para Rosses, a Justiça usou como “desculpa” uma vigília convocada para acontecer neste sábado, em frente ao condomínio onde o ex-presidente mora, na capital Federal, para prendê-lo.
“Bolsonaro preso pela Polícia Federal por causa de uma oração. Enquanto isso, nove mil traficantes foram soltos e estão livres nas ruas. Está na sua cara as censuras, as perseguições, as violações de leis. O mundo já percebeu que o sistema fará de tudo para calar um homem. Dessa vez, a desculpa foi uma vigília convocada para a frente do condomínio do presidente. Até orar nesse governo é proibido“, afirmou.
O ex-superintendente da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) Coronel Menezes também declarou apoio ao ex-chefe de Estado por meio do Instagram. Por meio de um vídeo publicado na rede social, Menezes afirmou que a “prisão preventiva é inadequada, inapropriada” e que os aliados de Bolsonaro precisam reagir e declarar a “indignação contra essa perseguição política“.
“Extremamente lamentável e o motivo foi o chamamento que o senador Flávio Bolsonaro fez para uma vigília e também, uma suposta possibilidade da tornozeleira eletrônica ter sido violada. Isso é inadmissível. Nós não podemos aceitar essa perseguição, essa prisão preventiva inadequada, inapropriada. Nós não podemos ficar calado e nós temos que reagir e colocar a nossa indignação contra essa perseguição política“, declarou.
A pré-candidata ao Governo do Amazonas pelo PL, Maria do Carmo Seffair, citou um versículo bíblico para dizer que “Deus jamais abandona aqueles que caminham na verdade” para se referir a Bolsonaro. A empresária afirma que é “um absurdo o que estão fazendo com Bolsonaro” e que a ação não é Justiça, é perseguição.
Bolsonaro preso
A Polícia Federal prendeu preventivamente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), 70, na manhã deste sábado, 22, em Brasília (DF), na reta final do processo da trama golpista. O ex-presidente estava em regime domiciliar desde 4 de agosto e foi levado pela PF após a decretação da prisão preventiva, sob justificativa de garantia da ordem pública. Uma vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho dele, para a noite deste sábado, motivou a decisão.
A PF cumpriu mandado de prisão preventiva por determinação do ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF), que citou risco de fuga para embaixada dos EUA e violação de tornozeleira na madrugada. O ministro determinou ainda que não houvesse uso de algemas nem exposição midiática.

A PF chegou à casa de Bolsonaro por volta das 6h, em comboio com ao menos cinco carros. O ex-presidente foi levado cerca de 20 minutos depois para a Superintendência da PF, onde ficará preso, em um espaço com cama, banheiro privativo e uma mesa.
A defesa do ex-presidente foi procurada, mas ainda não comentou. Segundo aliados, Bolsonaro estava soluçando, mas sereno quando foi preso. “É INACREDITÁVEL. Num sábado. Com estado de saúde totalmente comprometido. VERGONHOSO“, escreveu Fabio Wajngarten, ex-chefe de Comunicação do ex-presidente.