AM: fiscalização apreende toras de madeira ilegal no Parque Nacional de Anavilhanas
Por: Fred Santana
06 de novembro de 2025
MANAUS (AM) – A extração ilegal de madeira dentro do Parque Nacional de Anavilhanas, no Amazonas, continua sendo um dos maiores desafios enfrentados pelos órgãos ambientais em 2025. Durante uma ação de fiscalização, equipes do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), com apoio do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Batalhão Ambiental, encontraram três árvores de tentorana, também conhecida como tento, derrubadas ilegalmente em uma área de floresta de terra firme da unidade de conservação federal. Veja foto:
Os agentes não conseguiram realizar o flagrante, mas encontraram parte das toras já transformadas em pranchas. A madeira serrada havia sido retirada do local antes da chegada da equipe. De acordo com o ICMBio, o caso faz parte de um conjunto de ocorrências de exploração clandestina registradas no parque, que possui cerca de 350 mil hectares, sendo 70% de floresta de terra firme e 30% de áreas de ilhas e igapós.
De acordo com o agente do Ibama Cícero Furtado, a retirada de madeira é frequente e causa impactos severos sobre a floresta. “Só que não são somente três árvores, são três árvores num ponto, quatro árvores no outro, cinco no outro, e a quantificação de toda essa madeira que é retirada do parque sim causa um impacto muito grande sobre o parque. Por quê? Porque a velocidade com que é extraída essa madeira de forma ilegal não é a mesma velocidade com que a floresta se recupera”, afirmou. Veja vídeo:
Mesmo com ações constantes de fiscalização, os infratores continuam atuando de forma organizada, aproveitando-se do lucro fácil e da demanda do mercado ilegal de madeira em Manaus, principal destino do material extraído clandestinamente na região. A madeira ilegal é vendida abaixo do preço de mercado, uma vez que não há custos relacionados ao manejo florestal.
Os agentes destacam, ainda, que as operações de fiscalização envolvem riscos elevados, já que as mesmas pessoas responsáveis pela extração ilegal também caçam e portam armas dentro do parque, o que aumenta as chances de confrontos armados ou emboscadas. Para ampliar a vigilância, o ICMBio utiliza drones que permitem monitorar áreas de difícil acesso, especialmente nos igapós, onde há pontos escondidos de retirada de madeira.
Além das operações contra crimes ambientais, o ICMBio e o Ibama atuam para fortalecer o ecoturismo na região, por meio do monitoramento das praias e orientação aos visitantes sobre as normas de visitação e preservação. O chefe do ICMBio de Novo Airão, Huelinton Ferreira, ressalta que o turismo sustentável é uma das principais alternativas econômicas para o município.
“O turismo é uma das principais atividades econômicas que movimentam o município de Novo Airão e o vetor de turismo aqui são os parques nacionais, principalmente de Anavilhanas e o Parque Nacional de Jaú”, explicou.