Amazonas registra aumento de 10% na taxa de desocupação em 2025, aponta IBGE
Por: Ana Pastana
18 de maio de 2025
MANAUS (AM) – A taxa de desocupação no Amazonas aumentou para 10,1% em comparação aos trimestres de 2024 e o início de 2025, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio da pesquisa Pnad Contínua Trimestral, divulgados na sexta-feira, 16.
Após cair de 9,8% no primeiro trimestre de 2024 para 8,3% no fim do mesmo ano, a taxa de desocupação no Estado subiu para 10,1% no primeiro trimestre de 2025. Em dados absolutos, o número de pessoas desocupadas passou de 189 mil para 206 mil, o que reflete o aumento do desemprego.
Apesar do aumento, de acordo com os dados divulgados da Pnad Contínua Trimestral, a taxa de ocupação cresceu levemente, alcançando 55,7% no início de 2025. A taxa de participação na força de trabalho aumentou para 61,9%, indicando maior participação da população amazonense no mercado de trabalho.
Além disso, 982 mil pessoas estão em situação de informalidade. O Estado do Amazonas ocupa o segundo lugar da Região Norte, atrás apenas do Estado do Pará. A justificativa para a informalidade são “as fragilidades estruturais no mercado de trabalho, comuns na região Norte, como o acesso limitado a empregos formais e a proteção trabalhista”.
Leia também: Estados da Amazônia marcam menor taxa de desocupação da história
Condições de ocupação
Em relação a pessoas na força de trabalho, onde é considerada pessoas que estão ocupadas, desocupadas ou procurando trabalho, com 14 anos ou mais idades, registrou um aumento no primeiro trimestre de 2025. No primeiro trimestre de 2024, o Amazonas registrou 1,9 mil na força de trabalho. Já no primeiro trimestre de 2025, o número foi de 2 mil pessoas. O aumento aponta a participação da população amazonense no mercado do trabalho.
O número de pessoas ocupadas também teve aumento no mesmo período. No primeiro trimestre de 2024, havia 1,7 mil pessoas ocupadas. O número cresceu para 1,8 mil pessoas ocupadas no primeiro trimestre de 2025.
Carteira assinada
No Amazonas, o número de pessoas empregadas com carteira assinada aumentou ao longo do trimestre. De janeiro a março de 2024, o número era de 442 mil empregados com carteira assinada. No mesmo período de 2025, o número passou para 482 mil pessoas trabalhando de carteira assinada no Estado.
Apesar do aumento, esse número não reflete em trabalhadores domésticos que possuem carteira assinada. No Amazonas, esse número passou de 11 mil (2024) para 7 mil (2025) em comparação ao mesmo trimestre do ano anterior. O número de trabalhadores domésticos que trabalham sem carteira assinada também aumentou de 66 mil (2024) para 70 mil (2025).
Leia também: Brasileiros sem documentos enfrentam desafios com informalidade na Holanda
CNPJ
O número de empregadores com Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) no Amazonas caiu entre os trimestres de 2024 a 2025. No primeiro trimestre de 2024, havia 36 mil empregadores com CNPJ, em 2025 passou para 31 mil.
Já o número de empregados sem CNPJ aumentou em comparação ao mesmo trimestre de 2024 a 2025 quando, entre janeiro a março, era de 12 mil empregados sem CPNJ. Em 2025 esse número passou para 21 mil entre janeiro a março.

Taxa de informalidade
A taxa de informalidade no Amazonas é uma das mais altas do País, de acordo com os dados divulgados pelo IBGE-AM, com 53,3%, ocupando a quarta posição entre os Estados com maior proporção de trabalhadores informais. Maranhão (58,4%) e Pará (57,7%) são os Estados que ocupam as maiores taxas de informalidade do País.
“A taxa do Amazonas é mais que o dobro da observada em Santa Catarina (25,3%), evidenciando uma forte presença do trabalho informal no Estado, o que indica fragilidade nas relações formais de trabalho e menor acesso a direitos trabalhistas e previdenciários para grande parte da população ocupada, realidade comum na Região Norte e também presente em boa parte do Nordeste“, aponta um trecho da pesquisa.
Em relação aos Estados da Região Norte do Brasil, o Estado do Pará foi o que mais apresentou informalidade, com 2,2 milhões, seguido pelo Estado do Amazonas, com 982 mil. Rondônia registrou 412 mil; Tocantins teve 327 mil; Amapá teve 165 mil; e Roraima teve 123 mil. Fechando a lista, Acre teve 154 mil.
“Esses dados mostram que o Pará concentra a maior parte dos trabalhadores informais da região, representando mais que o dobro do Amazonas, que ocupa a segunda posição“, diz um trecho da pesquisa.
A pesquisa
A PNAD Contínua Trimestral é a versão trimestral da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), que realiza um levantamento estatístico contínuo conduzido pelo IBGE. Este estudo visa fornecer dados detalhados sobre o mercado de trabalho, como desemprego, taxa de atividade e renda, além de outros indicadores socioeconômicos.