Amapá analisa suspender consumo de peixe após primeiros casos da ‘urina preta’ no Estado


11 de outubro de 2021
Amapá analisa suspender consumo de peixe após primeiros casos da ‘urina preta’ no Estado
Venda de peixe da espécie pacu em Manaus (Marco Leal/Ipaam)
Victória Sales – Da Cenarium

MANAUS – O Governo do Amapá analisa suspender o consumo de peixes da espécie pacu após os quatro primeiros casos da Doença de Haff, conhecida como “doença da urina preta”, serem registrados na sexta-feira, 8, no Estado. Dois seguem em investigação, segundo a Superintendência de Vigilância em Saúde (SVS). De acordo com o órgão, os pacientes haviam ingerido pescado dessa espécie comprado no município de Santana, a 21 quilômetros de distância de Macapá.

O superintendente da SVS Dorinaldo Malafaia destacou que as pessoas detectadas com a doença desenvolveram os mesmos sintomas. “Foram feitos os fechamentos dos diagnósticos clínicos por meio de infectologistas e todos passaram por exame laboratorial, que detecta o quantitativo de toxinas na circulação sanguínea. Os indicadores confirmam que, de fato, nós temos quatro casos”, pontuou.

O Governo do Amapá afirmou que foi montada uma sala de monitoramento e prevenção da doença, sendo uma das primeira medidas a suspensão do consumo de peixes da espécie pacu. “Não existem formas de identificar o peixe contaminado: a toxina não tem cheiro, gosto ou cor e não desaparece após o cozimento da carne. A indicação é reduzir o consumo de peixes ou comprá-los em locais onde se conhece o processo de transporte e guarda“, afirmou em nota.

A Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária do Amapá (Diagro) intensificou a fiscalização nos portos e embarcações que atracam no Estado. Além disso, todo os comerciantes precisam apresentar a documentação da origem do pescado, além da guia de transporte animal e nota fiscal.

Consumo

Para o infectologista Nelson Barbosa, o ideal é que os órgãos de saúde do Amapá tomem um medida pouco agradável, mas essencial, para controlar o número de casos: suspender, temporariamente, o consumo de peixes, principalmente das espécies consumidas por quem foi diagnosticado com a doença.

“Mas é claro, o ideal é investigar a verdadeira razão do motivo que o peixe está transmitindo essa doença. Pegar esses peixes e analisar o conteúdo gástrico para tentar verificar, mas precisamos levar em conta que ela não é uma doença restrita ao Amazonas, que foi onde começou, é uma doença mundial, foi descoberta na Austrália”, explicou o médico.

Internações

As quatro pessoas diagnosticadas com a “doença da urina preta” no Amapá estão internadas no Hospital Estadual de Santana (HES), sendo eles um casal do município de Afuá, a 77 quilômetros de distância de Macapá, que compraram o pescado em Santana. Dos dois casos suspeitos, um está internado no mesmo hospital e o outro optou por se tratar em casa.

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