Amazonas deve reduzir índices de desmatamento em 15% até 2022, diz Wilson Lima

O plano, orçado em R$ 88 milhões, propõe reduzir o desmatamento ilegal e incentivar o uso sustentável dos recursos naturais (Arthur Castro/Secom)

Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium

MANAUS – No Dia Mundial do Meio Ambiente, o governador Wilson Lima (PSC) concedeu entrevista coletiva para falar de estratégias de combate ao desmatamento e incêndios no Amazonas e lamentou que o Estado só tenha a atenção do mundo quando o assunto é relacionado a esse tema. De acordo com o governador, a expectativa é que o Amazonas reduza os índices de desmatamento em 15% até o final de 2022.

“O Estado do Amazonas ganha uma atenção muito grande e infelizmente, as pessoas só voltam a atenção para cá, quando há desmatamento, há queimadas. E muitas vezes, de forma muito injusta. Não é correto com o povo do Amazonas colocar uma manchete em um veículo de circulação internacional dizendo que a floresta está pegando fogo, e muita gente acaba falando sobre coisas que não entendem e que não sabem”, pontuou o gestor.

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Plano de prevenção

Wilson Lima também destacou, nesta sexta-feira, 5, estratégias de desenvolvimento sustentável visando as populações que moram na floresta e lançou o novo Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento e Queimadas do Amazonas (PPCDQ-AM), que vai orientar a atuação dos órgãos ambientais entre os anos de 2020 até 2022.

Veja também: ‘A humanidade ainda não cuida do Meio Ambiente como deveria’, afirma ambientalista do Amazonas

De acordo com o governador, a expectativa é que o Amazonas reduza os índices de desmatamento ao final de 2022 em 15% (1.207 km²), em relação ao ano de 2019, cujo índice de área desmatada foi de 1.421 km², segundo levantamento do governo.

O plano, orçado em R$ 88 milhões de recursos oriundos do Fundo Amazônia e repatriados da Petrobrás, no contexto da operação “Lava Jato”, também visa fortalecer a governança ambiental no Estado, reduzir o desmatamento ilegal e incentivar o uso sustentável dos recursos naturais.

“O plano tem três eixos importantíssimos. Um deles é o ordenamento territorial. Infelizmente, no estado do Amazonas, nós ainda temos uma grande quantidade de terras que a gente não sabe a quem pertence, há indefinições. Outro eixo é a questão do comando e controle, para ampliar a nossa tecnologia de acompanhamento de desmatamento e focos de queimadas. O último eixo é a questão da bioeconomia, levando em consideração o desenvolvimento sustentável, as atividades de manejo, conciliando o desenvolvimento econômico com a preservação da floresta”, explicou Wilson Lima.

O foco das ações serão direcionadas aos municípios no Sul do Estado, área em que há maior índice de desmatamento ilegal e número de focos de calor, de acordo com monitoramento de 2019. A região também é responsável por mais de 95% do desmatamento registrado em 2020, sendo que 81% ocorreu em áreas federais.

Dinâmica do desmatamento e queimadas 2008 a 2019

O secretário de Meio Ambiente, Eduardo Taveira, destacou que desde 2015 o Amazonas não tinha um planejamento estratégico para o combate ao desmatamento e a queimada, no qual, segundo ele, houve o maior número de aumento nas ocorrências.

“O plano é estratégico para que o Estado possa definir suas estratégias e diretrizes, suas ações, e os orçamentos para que a gente possa reduzir esses índices que vêm crescendo ano a ano, que cresceu, em especial, nesses quatro primeiros meses do ano”, disse.

Conforme Taveira, o plano ordena as atividades, alinha as secretarias de Estado em uma ação que não é só ambiental, mas também é voltada para o desenvolvimento sustentável do Amazonas.

“É o compromisso do Estado de encontrar caminhos para equilibrar crescimento econômico, desenvolvimento rural e, ao mesmo tempo, conservação ambiental e geração de renda, inclusive por meio de economia da floresta”, afirmou.

O lançamento contou, ainda, com a presença da deputada estadual Joana Darc, presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa do Amazonas, e do deputado estadual Saulo Vianna

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