Amazonas é o Estado com maior alta no PIB na média nacional em 2018, aponta IBGE

Polo Industrial de Manaus tem influência direta nos saldos positivos do Amazonas, segundo especialistas (Ricardo Oliveira/ Revista Cenarium)

Luís Henrique Oliveira – Da Revista Cenarium

MANAUS – O Amazonas foi o Estado do País que apresentou a maior alta no volume do Produto Interno Bruto (PIB) de 2018 acima da média nacional de 5,1%. Ao todo, quinze Estados tiveram aumento. Na outra ponta da lista, Sergipe foi a única unidade da federação a perder volume do PIB, com queda de 1,8%, o quarto ano seguido negativo. Os demais 11 Estados tiveram alta, mas abaixo do índice nacional.

De acordo com o presidente do Sindicato das Indústria Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Manaus e vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Nelson Azevedo, o modelo Zona Franca continua sendo o principal trunfo do Estado para o resultado positivo.

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“Os resultados têm sido bons. Algumas pessoas dizem que é crescimento, mas isso é recuperação dos anos 2016, 2017. Agora com a pandemia, estamos atravessando de uma maneira positiva, embora estejamos enfrentando dificuldades. Isso é muito bom. Para nós isso é positivo. Nosso modelo e programa de desenvolvimento e continua como atração de investimento para a nossa região”, disse o economista.

Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, 13, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e elaboradas em parceria com os Órgãos Estaduais de Estatística, Secretarias Estaduais de Governo e Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).

De acordo com o técnico do IBGE Luiz Antônio de Sá, o Amazonas tem um perfil considerado atípico na região, por conta da forte influência da atividade de Indústrias de Transformação, que cresceu 8,8% de 2017 para 2018, motivada pelo segmento de equipamentos de informática.

Roraima (4,8%) e Rondônia (3,2%) são Estados nortistas que também estão entre os cinco primeiros do ranking, sendo Roraima detentor do perfil mais concentrado nas atividades de serviço, que cresceram 4,4%, impulsionadas principalmente pelo comércio e pela administração pública.

Por fim, Rondônia também teve crescimento nas atividades industriais (4,8%), puxada pela geração de energia elétrica. A lista dos cinco primeiros é completada por Mato Grosso (4,3%) e Santa Catarina (3,7%).

Contramão

Já o resultado negativo em Sergipe está ligado não só ao desempenho econômico, mas também por conta de questões de condição climática adversas em 2018. “A falta de chuvas provocou uma queda brusca na produção agrícola do Estado e a agricultura perdeu 34,7% em volume”, ressalta Luiz Antônio.

Outro setor que teve desempenho abaixo da média nacional e contribuiu para a queda foram as atividades de serviços, grupo de atividade que mais cresceu na economia nacional e muito influente, sobretudo, em Estados com indústria menos desenvolvida, caso do estado nordestino.

A pesquisa mostra também que alguns estados perderam participação no PIB nacional. São Paulo, que perdeu 0,6 ponto percentual do total do País e, pelo segundo ano consecutivo, teve a maior perda de valor relativo.

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