Amazonas e outros onze Estados brasileiros estão com taxa de ocupação de UTIs acima de 80%

O boletim analisou dados referentes à Semana Epidemiológica 15, de 18 a 24 de abril (Reprodução/Internet)

Com informações do O Globo

RIO DE JANEIRO — Ao menos 12 Estados brasileiros e o Distrito Federal estão com taxas de internação por Covid-19 acima de 80%, nível considerado crítico. As internações por Covid-19 na rede pública do Brasil cresceram 8,7% em dez dias, segundo levantamento realizado pelo GLOBO, a partir de informações das secretarias estaduais de saúde. São cerca de 28,8 mil pessoas internadas pela doença em leitos de enfermaria e UTI do Sistema Único de Saúde. No dia 12 de fevereiro, eram aproximadamente 26,5 mil internados.

Os Estados com nível de ocupação acima de 80% são: Acre, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Paraná, Pernambuco, Piauí , Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia e Santa Catarina.

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No Pará, a ocupação é de 78,8%, e em outros três Estados o índice está acima de 70%. São Paulo, Amapá e Minas Gerais não informaram a taxa específica dos leitos de Covid-19 da rede.

Ponta do iceberg

Lígia Bahia, especialista em Saúde Pública da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e colunista do GLOBO, explica que a elevada ocupação dos leitos de UTI é como a ponta de um grande iceberg, que, nesse caso, representa uma taxa de transmissão do vírus muito alta e seu espalhamento geográfico pelo Brasil.

— É o que estamos falando desde o início, há uma ausência de bloqueio da transmissão. As novas variantes podem ser mais transmissíveis e potencializar o aumento de casos, mas não explicam esse cenário, que é caracterizado pela abertura de atividades não essenciais de maneira caótica. O repique decorre do aumento da circulação e aglomeração, em transportes coletivos lotados, bares, restaurantes, festas, além do uso eventual e incorreto de máscaras — avalia.

Guilherme Werneck, epidemiologista da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), também destaca a transmissão do coronavírus, que “claramente não está controlada”, e tem sido estimulada pelo contato entre as pessoas.

— Nesse período, que vem desde as eleições municipais do ano passado, depois o final do ano com Natal, Ano-Novo e agora esse período de janeiro em que as pessoas ainda estão tendo muito contato, certamente é um grande fator de estímulo à transmissão. Associado ao relaxamento das políticas locais, com governos e municípios buscando liberar atividades sociais e econômicas no início do ano, isso estimula o contato, e, quando ele se dá com maior frequência, principalmente em ambientes fechados, aumenta a transmissão. Do meu ponto de vista, nesse período estamos colhendo os frutos dessas ações de relaxamento — afirma o epidemiologista.

Ele explica que o impacto desses fatores pode não ser sentido imediatamente, porque quem costuma sair mais são os adultos jovens, que na maioria das vezes não precisam ser internados, mas podem transmitir a doença para pessoas mais velhas ou com comorbidades, que mais tarde podem precisar ser hospitalizadas.

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