Amazonas tem maior número de queimadas na região amazônica em 24 horas
Por: Jefferson Ramos
19 de setembro de 2024
Bandeira do Estado do Amazonas sobre área incendiada (Composição de Weslley Santos/CENARIUM)
MANAUS (AM) – O Amazonas foi o Estado da Amazônia com mais focos de queimadas registrados entre terça-feira, 17, e quarta-feira, 18, conforme o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Nestes dois dias, foram registrados 670 focos, o que representa 30,6% dos focos ativos no bioma. Os incêndios impactam diretamente a qualidade do ar e deixam uma densa nuvem de fumaça em cidades como a capital Manaus.
Focos por Estado do dia 17 a 18 de setembro (Reprodução/Inpe)
Os focos de incêndios no Amazonas estão concentrados em municípios do Sul do Estado, como, por exemplo, Humaitá e Lábrea, que fazem divisa com o Estado de Rondônia. A região é chamada de Amacro, uma área com intensa atividade agropecuária.
O Pará é tradicionalmente o líder neste ranking, mas desde o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) o Amazonas tomou a dianteira nas queimadas e no desmatamento. No acumulado do mês de setembro até esta quinta-feira, 19, o Mato Grosso, que também integra o bioma Amazônia, é o líder de focos ativos de queimada.
O Estado registrou 15.770 focos. O vice-líder é o Pará, com 14.456. Nesse período, o Amazonas ficou na quarta colocação, com 5.033 queimadas.
Acumulado de focos de incêndio até o dia 19 de setembro (Reprodução/Inpe)
‘Péssima’ qualidade do ar
Nesta quinta-feira, 19, Manaus amanheceu mais uma vez coberta por uma densa nuvem de fumaça, com a qualidade do ar classificada como “péssima”, especialmente na Zona Sul da cidade, e “muito ruim” nas demais áreas, conforme dados do Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental (Selva).
Segundo o relatório, atualizado a cada 24 horas, o bairro com o pior índice é o Morro da Liberdade, com 157.6 µg/m³, seguido por Colônia Oliveira Machado e Vila Buriti, com 151.6 µg/m³, e Aparecida, com 140.9 µg/m³. Os bairros são os mais próximos à Região Metropolitana da capital amazonense, onde tem sido maior o número de queimadas.
Esses números são indicadores de poluição atmosférica, referentes a partículas inaláveis com diâmetro inferior a 2,5 micrômetros (µm). Para serem considerados “bons”, eles precisam estar entre 0 e 25.
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