Amazonense conta história de parentes que sobreviveram à explosão no Líbano
05 de agosto de 2020
Loja do primo do amazonense Anwar Assi teve a fachada destruída com o impacto da explosão, em Beirute, no Líbano, nesta terça-feira (Arquivo Familiar/ Anwar Assi)
Luciana Bezerra – Da Revista Cenarium
MANAUS – O jornalista amazonense de origem libanesa, Anwar Assi, contou à REVISTA CENARIUM, na manhã desta quarta-feira, 5, que assim que soube da explosão entrou em contato com os parentes que vivem no País do Oriente Médio. De acordo com ele, um deles sofreu leves escoriações e outro teve parte da cozinha destruída após a grande explosão que atingiu a região portuária de Beirute e deixou mais de 100 mortos e milhares de feridos, nesta terça-feira, 4. Autoridades locais apontam o nitrato de amônio como principal ‘suspeito’ de causar o incidente.
Segundo Anwar, alguns de seus parentes que nasceram ou vieram do Líbano para Manaus, já voltaram para o País de origem. No entanto, nem todos moram em Beirute. Dos parentes do jornalista que estão na capital libanesa, ele tem um primo e uma prima, que sofreram os abalos da explosão.
“Todos estão bem, graças a Deus. Meu primo teve a fachada da sua loja destruída com a força da explosão e acabou causando um ferimento leve no rosto dele. Apesar da sua loja não está na área portuária, onde o acidente iniciou”, relatou.
Imagem retrata como ficou a cozinha da prima de Anwar, após a explosão (Arquivo pessoal/Anwar Assi)
“Uma outra prima que nasceu em Manaus, porém, mora em Beirute atualmente. A cozinha do apartamento dela foi atingida com o impacto da explosão. Ela estava na loja, que é em uma área baixa da cidade quando a explosão ocorreu. Mas, ela está bem, contudo, todos estão muito assustados com o incidente”, acrescentou.
Anwar ressaltou ainda que este primo [preferiu não dizer o nome] morou em Manaus, no final da década de 1980, por quatro anos. Além disso, a maioria de seus parentes mora em outras regiões do Líbano e os que moram em Beirute vivem em áreas afastadas do porto da capital libanesa.
Atualmente, a comunidade libanesa que vive no Brasil, formada em sua maioria por descendentes, é maior do que a população do Líbano. São quase 10 milhões de libaneses e descendentes em território brasileiro, contra 3,5 milhões que vivem no Líbano.
No Amazonas, estima-se que exista atualmente em todo o Estado aproximadamente vinte mil pessoas entre libaneses e descendentes.
Entenda a explosão
Explosão na região portuária de Beirute causou estragos na capital libanesa (STR/ AFP via Getty Images)
Na tarde desta terça-feira, 4, Beirute, capital do Líbano, foi atingida por uma enorme explosão, que deixou um rastro de destruição pela cidade. Segundo um balanço provisório informado pelo porta-voz do Ministério da Saúde libanês, Reda Moussaoui, deixando pelo menos 135 mortos, 5 mil feridos e até 250 mil sem casas adequadas para morar.
As explosões sacudiram os edifícios vizinhos e fizeram com que vidros se quebrassem a vários quilômetros de distância. A explosão enviou uma nuvem de fumaça aos céus e chacoalhou janelas na ilha mediterrânea do Chipre, a aproximadamente 160 quilômetros de distância.
A explosão foi a mais poderosa a atingir Beirute, uma cidade ainda com cicatrizes da guerra civil de três décadas atrás, e impactada por uma crise econômica e por um aumento de casos de coronavírus.
O presidente do Líbano, Michel Aoun, disse que 2.750 toneladas de nitrato de amônio, usado em fertilizantes e bombas, estavam armazenadas há seis anos no porto, sem medidas de segurança.
Para muitos, foi uma dolorosa lembrança da guerra civil entre 1975 e 1990 que rasgou a nação em duas e destruiu faixas de Beirute, muitas das quais foram reconstruídas. A reconstrução pós-guerra e a corrupção política atolaram o Líbano em dívidas gigantescas.
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