Amazônia tem queda em casos de malária e Brasil quer erradicar doença até 2035
Por: Ana Cláudia Leocádio
20 de junho de 2025
BRASÍLIA (DF) – O número de casos de malária nos Estados amazônicos teve uma queda de 25% no período de janeiro a abril deste ano, em comparação com o mesmo período de 2024. Apenas Acre e Maranhão apresentaram aumento, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde, durante o lançamento da Frente Parlamentar Pela Eliminação da Malária na Amazônia (FPEMA), na última quarta-feira, 18, em Brasília, com meta de erradicar a doença na região.
Segundo o ministério, a região concentra 99% dos casos de malária do País. Foram analisadas as informações dos Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Roraima. Não há dados sobre Tocantins.
Entre janeiro e abril de 2025, foram registrados 34,4 mil casos da doença, uma queda de 25% em relação ao mesmo período de 2024, que teve 45,7 mil registros. A Frente Parlamentar vai atuar em cinco eixos estratégicos para eliminar a doença no Brasil até 2035.

No Acre, foram 86 casos a mais, de janeiro a abril deste ano, em relação ao mesmo período de 2024, quando o Estado registrou 1.431 casos, contra os atuais 1.517, um aumento de 6%. O Maranhão, que tem parte de seu território localizado na Amazônia, subiu de 7 para 15 casos no período, um crescimento de 114%.
Os maiores recuos foram registrados em Mato Grosso e Rondônia. Entre os matogrossenses, a queda foi de quase 56% em 2025, saindo de 438 para 193 casos. Em Rondônia, foram 2.786 casos registrados nos quatro primeiros meses de 2024 e 1.513, este ano, uma queda de 45,7%.
Roraima apresentou a terceira maior redução, 39%, saindo de 11.701 para 7.126 casos. No Pará, os registros saíram de 8.295 para 5.530 casos, uma queda de 34% no período.
O Amazonas e o Amapá apresentaram os menores percentuais de redução nos casos de malária nesses primeiros quatro meses de 2025, entre os Estados amazônicos. No Amapá, o recuo foi de 1.572 para 1.320 casos, uma queda de 16%. Estado a concentrar o maior número de casos entre os oito analisados, o Amazonas reduziu de 19.568 para 17.204 casos, diminuição de 10%.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ressaltou, durante a cerimônia de lançamento da FPEMA, que esta frente é uma novidade importante porque é ativa, engajada e comprometida com resultados, que pode alcançar um marco inédito na saúde pública brasileira.

Conforme informações do Ministério da Saúde, o apoio da frente à pasta se dará em duas frentes: a primeira na implementação das estratégias em 16 municípios prioritários até 2026. A segunda, prevista até 2030, ampliará a cobertura para 32 municípios, com oficinas de microplanejamento, capacitação nacional em entomologia e ações articuladas de diagnóstico, tratamento e controle vetorial.
Ao todo, serão cinco eixos estratégicos de atuação: vigilância em saúde; planejamento e captação de recursos; instrumentalização legal e política; pesquisa científica; e mudanças ambientais e climáticas.
“Quero me comprometer com duas ações imediatas: concluir, junto com esta Frente, uma avaliação da estratégia atual e promover um diálogo direto com os governadores da Amazônia Legal e os prefeitos dos municípios mais afetados”, afirmou Padilha.
De acordo com o ministério, a malária está entre as doenças incluídas no programa Brasil Saudável, que tem como meta eliminar 11 doenças e cinco infecções de transmissão vertical como problemas de saúde pública.
O que é a malária
A malária é uma doença infecciosa causada por um parasito do gênero Plasmodium, que é transmitido para humanos pela picada de fêmeas infectadas dos mosquitos Anopheles (mosquito-prego). Estes mosquitos são mais abundantes nos horários crepusculares, ao entardecer e ao amanhecer. Todavia, são encontrados picando durante todo o período noturno. Portanto, não é uma doença contagiosa, ou seja, uma pessoa doente não é capaz de transmitir malária diretamente a outra pessoa.
A malária é uma doença que tem cura e o tratamento é eficaz, simples e gratuito. Entretanto, a doença pode evoluir para suas formas graves se não for diagnosticada e tratada de forma oportuna e adequada.