Ambientalista avalia os impactos de ferrovia que governo federal vai construir na Amazônia


14 de dezembro de 2020
Ambientalista avalia os impactos de ferrovia que governo federal vai construir na Amazônia
O ambientalista ouvido pela Cenarium disse que as comunidades indígenas e os municípios que vivem na região da ferrovia serão diretamente impactados com o desmatamento (Reprodução/ Internet)

Gabriel Abreu – Da Revista Cenarium

MANAUS – Um estudo elaborado pelo Centro de Sensoriamento Remoto da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) revelou que a EF-170, conhecida como “Ferrogrão”, pode impactar 4,9 milhões de hectares de Áreas Protegidas em municípios que somam 1,3 milhões de hectares desmatados ilegalmente. O ambientalista Carlos Durigan, ouvido pela REVISTA CENARIUM, disse que as comunidades indígenas e os municípios que da região da ferrovia serão diretamente impactados com o desmatamento.

Com quase mil quilômetros de extensão, partindo de Sinop, no MT, até o porto de Miritituba, no PA, e com a previsão de uma estação intermediária em Matupá, no MT, o projeto é considerado prioritário pelo Governo Federal, que prevê a emissão da primeira licença ambiental em abril de 2021.

O ambientalista Carlos Durigan explicou que a região que o governo federal pretende construir já sofre atualmente com o desmatamento irregular, grandes queimadas e muitos conflitos sociais, muitos desses conflitos sobre o uso das terras e afetando também a vida dos povos tradicionais.

“Isso pesa negativamente para as populações indígenas e tradicionais da região que tem o seu modo de vida afetado, porque acabam sendo exprimidos em algumas áreas de vida e não têm da mesma forma que os monocultores têm um grande incentivo para expandir seus negócios, o mesmo não acontece com os povos indígenas e tradicionais que praticam também agricultura de subsistência e o potencial uso da floresta com extrativismo”, explicou Durigan.

Ferrovia

A Ferrogrão é o projeto de uma ferrovia longitudinal brasileira que formará o corredor ferroviário de exportação do Brasil pela Bacia Amazônica, na Região Norte do país. A ferrovia contará com uma extensão de 933 km, conectando a região produtora de grãos do Centro-Oeste ao Porto de Miritituba na margem direita do rio Tapajós, em Itaituba, no estado do Pará.

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