Americano morre de Covid-19 após família ganhar, na Justiça, direito de tratá-lo com ivermectina
17 de dezembro de 2021
Caixas de ivermectina, remédio sem eficácia comprovada para a Covid-19 (Reprodução)
Com informações da Folha de S. Paulo
SÃO PAULO – Um americano, de 52 anos, morreu vítima de Covid-19 após a esposa entrar na Justiça para conseguir o direito de tratá-lo com ivermectina, remédio ineficaz para a doença que não tem autorização do FDA (Food and Drug Administration), órgão equivalente à Anvisa nos Estados Unidos, para o tratamento da infecção pelo coronavírus.
Segundo a imprensa americana, Keith Smith, engenheiro que vivia em York, na Pensilvânia, foi diagnosticado com Covid em 10 de novembro, passou três semanas internado e estava intubado desde 21 de novembro. Ele morreu no último domingo, 12.
Foi sua esposa, Darla Smith, com quem estava casado havia 24 anos, quem entrou na Justiça para obrigar o hospital a tratar o marido com ivermectina, remédio usado para tratamento de piolho e sarna, entre outros. Mesmo sem eficácia, o remédio foi amplamente usado ao redor do mundo e inclusive prescrito por médicos sem restrição no Brasil.
A ideia de recorrer à Justiça, segundo o jornal York Daily Record, surgiu Darla após ler sobre casos similares na Justiça do condado, todos com a ajuda do mesmo advogado, que vive em Buffalo, no Estado de Nova York. Para entrar com a ação, ela teve ajuda de um grupo que advoga pelo uso do medicamento, sugere endereços onde comprar o remédio, fornece vídeos e tutoriais para aplicação e tem inclusive uma loja que vende roupas e acessórios com elogios à ivermectina e críticas ao que chama de censura.
Comprimidos de hidroxicloroquina, que também é usada na nebulização; não há provas da eficácia do medicamento para tratamento ou prevenção da Covid-19 (Narinder Nanu/AFP)
Em 3 de janeiro, um juiz de York decidiu não obrigar o hospital a fazer o tratamento com o remédio, mas permitiu que Darla procurasse um médico independente para administrar o medicamento. Keith recebeu duas doses de ivermectina, a primeira em 5 de janeiro, dois dias após a decisão.
O estado de saúde do paciente, porém, piorou, e o tratamento ser suspenso, até que ele morreu no domingo, 12. Não se sabe se ele estava vacinado contra a Covid-19. Darla havia escrito, segundo o York Daily Record, que não tinha certeza se o remédio seria eficaz, mas que queria tentar de qualquer forma.
Este site usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência de usuário possível. As informações dos cookies são armazenadas em seu navegador e executam funções como reconhecê-lo quando você retorna ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você considera mais interessantes e úteis.
Cookies Estritamente Necessários
O cookie estritamente necessário deve estar ativado o tempo todo para que possamos salvar suas preferências de configuração de cookies.
Se você desativar este cookie, não poderemos salvar suas preferências. Isso significa que toda vez que você visitar este site, precisará habilitar ou desabilitar os cookies novamente.