‘Amigo da Amazônia’: Zema recebe título de empresários após chamar região de ‘vaquinha que produz menos’

Ívina Garcia – Da Revista Cenarium Amazônia

MANAUS (AM) – O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), recebeu o título de “Amigo da Amazônia”, no último dia 22 de agosto, concedido pela Associação PanAmazônia, coletivo de empresários da região Amazônica. A honraria foi dada menos de um mês após Zema se referir aos Estados do Norte e Nordeste como “vaquinhas que produzem pouco”, mas recebem mais incentivos do governo federal, em entrevista ao Estadão.

A declaração polêmica de Zema foi dada no dia 5 de agosto, em meio a uma união de governadores no bloco Consórcio Sul-Sudeste (Cossud), pela defesa de um “protagonismo político” que eles alegam não estar tendo. Zema alegou, ainda, que outras regiões do Brasil, com Estados muito menores em termos de economia e população, se unem e conseguem votar e aprovar uma série de projetos, em Brasília, enquanto aqueles que, segundo ele, representam 56% dos brasileiros e têm protagonismo econômico ficam “cada um por si, olhando só o seu quintal”.

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Além do fundador e diretor-executivo da PanAmazônia, Belisário Arce, outros 11 empresários do Amazonas, Pará e Roraima foram até Minas Gerais integrar o que chamam de “conversa inicial de aproximação“, com o mandatário estadual, sob o pretexto dele ser “um dos mais importantes defensores das liberdades econômicas em nosso País“.

O empresário Irani Bertolini foi responsável por viabilizar a logística para o transporte de parte da delegação. Além dele, os empresários Adriano Espeschit (Potásio do Brasil), André Borges (Equador Energia), Antônio Azevedo (TV Lar), Davidson Aquino (Potássio do Brasil), Guilherme Souza (Critéria Investimentos), Nasser Fraxe (Cidade Transportes), Natalino Masiero (Dinâmica), Reinaldo Zucatelli (Grupo Zucatelli), Rogério Perdiz (Grupo Dedé), Saulo Marques (Amazon Postes) e Yoram Yaeli (Grupo IIN), também estiveram na reunião.

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“Em reconhecimento a sua dedicação e empenho na defesa do liberalismo econômico e de uma gestão competente, com menos intervenção do governo na economia e mais liberdade para investir e empreender, os mesmos ideais que acreditamos e defendemos em nossa entidade, por entendermos que só a prosperidade pode salvar a Amazônia, conservar suas florestas e possibilitar um futuro digno para suas populações”, diz a placa entregue pelos empresários Bertolini e Arce.

Mesmo com as declarações rebatidas por coletivos de economistas e membros do governo federal, os empresários deixaram claro na reunião o apoio político a Zema, apesar de se colocarem como isentos. “Cada um dos empresários presentes manifestou que, individualmente, estará à disposição para apoiar qualquer que seja seu futuro projeto político“, escreveu a PanAmazônia, em seu site. Zema elogiou a postura dos empresários e sugeriu que, em 2024, ano de eleição, eles deveriam “chamar os bons candidatos para conversar dentro das empresas“.