Anitta lança ‘Boys Don’t Cry’, a maior aposta nos americanos; veja o videoclipe
28 de janeiro de 2022
A cantora Anitta em imagem de divulgação do seu single 'Boys Don't Cry' - Divulgação
Com informações da Folha de S. Paulo
Não é de hoje que Anitta, uma das maiores estrelas da música brasileira atual, faz investidas em três mercados da música global — o brasileiro, cantando em português, o da América Latina, cantando em espanhol, e o dos Estados Unidos, em inglês. Em uma entrevista recente à revista americana Billboard, ela disse que se sente como se tivesse três carreiras diferentes.
A cantora Anitta em imagem de divulgação do seu single ‘Boys Don’t Cry’ – Divulgação
“No Brasil, o público gosta de se sentir próximo dos artistas — tem uma intimidade, como se o artista fosse seu amigo. Na América Latina, é um pouco machista. É sobre o que os homens querem, e letras que fazem você se sentir poderoso, como heróis. Nos Estados Unidos, os ouvintes gostam de se sentir ‘cool’, eles querem parecer ‘cool’. São três mundos diferentes, e sinto como se tivesse três carreiras diferentes.”
“Boys Don’t Cry”, nova música de Anitta, é o single em que ela aposta mais alto para chegar ao ouvinte americano. A faixa, um pop radiofônico na esteira do que vem fazendo sucesso nos Estados Unidos nos últimos anos, tem produção de um peso-pesado, o sueco Max Martin, que já trabalhou com quase todo mundo no universo pop, de Lady Gaga a Ed Sheeran, de Adele a Katy Perry.
Musicalmente, “Boys Don’t Cry” tem sintetizadores que remetem aos anos 1970 e 1980, na esteira do que faz The Weeknd — outro produzido por Martin — e Dua Lipa, entre muitos outros. É uma estética que está diluída até mesmo na pisadinha, em músicas como “Volta Comigo BB”, de Zé Vaqueiro. Soa também como o que Miley Cyrus tentou fazer em seu disco mais recente, “Plastic Hearts”, que resgata e converte em música pop contemporânea o rock oitentista e o new wave.
Single do disco “Girl from Rio”, sem previsão de lançamento, “Boys Don’t Cry” soa como uma continuação da narrativa iniciada com a faixa que dá nome ao álbum. “Girl From Rio”, a música, mostrava a garota do Rio de Janeiro ao mundo, com um sample de “Garota de Ipanema” e batidas de um trap suave, uma apresentação da cantora a um público mais global.
Em outubro, ela lançou “Faking Love”, uma parceria com a rapper Saweetie, um pop na linhagem de Beyoncé e Rihanna, mas com batidas mais próximas do reggaeton e do próprio funk. Agora, em “Boys Don’t Cry”, Anitta soa distante o suficiente da América do Sul, querendo bater de frente com os nomes que frequentam o topo das paradas da Billboard.
Anitta lança novo single e clipe, ‘Faking Love’ com a participação da rapper americana Saweetie (Cash Danielsen/Divulgação)
Não à toa, ela está lançando o novo single com mais uma participação, sua terceira, no talk show de Jimmy Fallon, nos Estados Unidos. É um movimento inédito. Por mais que a música brasileira tenha um histórico de reconhecimento no exterior, não é comum que uma artista do País tenha tanta visibilidade na mídia e nas paradas de sucesso de um país com uma indústria tão estabelecida.
Ainda que soe mais interessante quando funde esse pop americano e a música latina com suas referências de Brasil —”Me Gusta”, single de sabor tropical de 2020, em parceria com Cardi B e Myke Towers, é um ótimo exemplo disso—, é interessante ver a ousadia de uma brasileira se pondo de igual para igual com as estrelas do pop atual.
Se a empreitada vai dar certo, depende muito da recepção do público americano. Se der errado, ela ainda tem outras duas carreiras bem-sucedidas para tocar —em “No Chão Novinha”, funk de Anitta com Pedro Sampaio, por exemplo, ela já está de olho num possível Carnaval.
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