Rock in Rio Lisboa: Anitta diz que Amazônia é terra de ninguém e denuncia mortes
27 de junho de 2022
Anitta no Rock in Rio Lisboa (Reprodução)
Com informações do Estadão
LISBOA — Anitta, que nesse domingo, 26, faz um dos shows mais aguardados do Rock in Rio Lisboa, falou, em conversa com a imprensa pouco antes de subir ao palco, sobre os perigos de denunciar crimes ambientais que acontecem na Amazônia, dias após a morte de Bruno Pereira e Dom Phillips.
“Para quem é de Portugal e nunca foi para o Brasil: a Amazônia é terra de ninguém, é uma grande bagunça. Lá acontece de tudo, ninguém vê nada, é uma coisa que precisa de atenção”, afirmou.
Anitta conversa com a imprensa antes de show no Rock in Rio Lisboa – Laura Lewer/Folhapress
“Quem se expõe para falar acaba morto, acaba com a família torturada, acaba tomando um cala a boca. E se vier me matar, vai ter que aguentar a assombração que eu vou virar depois. A Amazônia é o grande tesouro do nosso País, e as pessoas a tratam como nada. É inaceitável que esse lugar seja perigoso para as pessoas visitarem.”
A cantora ainda falou sobre a CPI dos sertanejos, que teve seu início após uma polêmica envolvendo a tatuagem que ela fez na região do ânus. “Olha, eu fiquei passada. Detesto esse negócio de briga entre ritmos, briga entre artistas, para mim a música tem que unir as pessoas, não tem que desunir”, disse.
Anitta no Rock in Rio Lisboa (Reprodução)
“Só que eu aproveitei isso para fazer dinheiro, então da minha tatuagem eu só vou falar quando for lançar um produtinho mês que vem”, anunciou, sugerindo que vai aproveitar a polêmica para lançar um produto com seu nome. “Vou usar isso para ganhar um a mais. Se o povo se aproveita a gente também vai se aproveitar.”
A controvérsia começou quando o cantor Zé Neto, da dupla com Cristiano, criticou a tatuagem da cantora, dizendo que não dependia da Lei Rouanet e que seus cachês “quem paga é o povo”. A discussão que se seguiu a sua frase, dita num show em Mato Grosso, gerou uma investigação que revelou que os sertanejos, em geral apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, se valem de recursos públicos para impulsionar suas carreiras, ainda que se gabem de não usar a Lei de Incentivo à Cultura.
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