Antes assessora de Amom Mandel, candidata do Cidadania recebe R$ 705 mil de ‘Fundão’


Por: Carol Veras

21 de setembro de 2024
Antes assessora de Amom Mandel, candidata do Cidadania recebe R$ 705 mil de ‘Fundão’
Ex-assessora de Amom Mandel, Ana Lívia Barreto é prioridade nos repasses do Cidadania com R$ 705 mil (Composição: Paulo Dutra/Cenarium)

MANAUS (AM) – A candidata à vereadora de Manaus Ana Lívia Barreto e Silva (Cidadania), ex-secretária parlamentar do candidato à Prefeitura de Manaus, Amom Mandel (Cidadania), recebeu R$ 705.300 do Diretório Nacional do Cidadania, recurso oriundo do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), o chamado “Fundo Eleitoral” ou “Fundão”. Nesta eleição, o Cidadania terá R$ 60 milhões para gastar em campanhas eleitorais em todo o Brasil.

Quadro de funcionários de gabinete de Amom Mandel (Reprodução/Câmara dos Deputados)

Amom Mandel disse ter dispensado o uso do Fundo Eleitoral, e faz disso um marketing político. Ele permitiu que os valores do “Fundão” fossem redistribuídos aos candidatos a vereador da federação PSD-Cidadania. Chamou a atenção a prioridade que o Cidadania deu ao repasse para a ex-assessora de Amom Mandel, Ana Lívia Barreto. Ela recebeu mais do que todas as outras candidatas.

Também candidata à vereadora de Manaus pela coligação, a Delegada Débora Mafra (PSD) recebeu R$ 526 mil do Fundo Eleitoral, menos R$ 124 mil que a ex-assessora de Mandel. Na visão geral de candidatas femininas à Câmara Municipal de Manaus (CMM), Ana Lívia lidera em recursos, seguida por Carol Braz (MDB), com R$ 600 mil, Débora Mafra, de sua federação, e Caila Carim (MDB) com R$ 400 mil.

O principal direcionamento do valor alto recebido pela ex-assessora de Amom Mandel é na categoria “atividades de militância e mobilização de rua”, o equivalente a 73% dos gastos totais da campanha, registrados em R$ 103.424,92 até o momento da publicação da reportagem.

Receita da ex-assessora de Amom Mandel, Ana Lívia Barreto e Silva:
Total em recursos recebidos pela candidata
Contradição?

O recebimento do recurso difere da opinião de Mandel, expressada anteriormente nas redes sociais. O candidato critica o uso de financiamento público de campanha, sugerindo que os recursos poderiam ser melhor aplicados em áreas como saúde e educação.

Mesmo sem acessar o Fundo Eleitoral, o candidato se posiciona como o quarto maior arrecadador de recursos entre os sete concorrentes à Prefeitura de Manaus, com R$ 535,8 mil.

Com base nos dados do DivulgaCand do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o maior doador da campanha de Amom Mandel é o empresário no ramo da Saúde Júlio Cezar Furtado de Queiroz, que destinou R$ 137 mil do total de R$ 535,8 mil declarado à Justiça Eleitoral pelo candidato a prefeito.

Em 2015, o Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu o financiamento privado de campanha, e, posteriormente, o Congresso Nacional criou o Fundo Especial de Financiamento de Campanha a fim de proporcionar condições mais equânimes de disputa. Doações de pessoas físicas podem ser feitas desde que o valor não ultrapasse a 10% a renda brutal do doador declarada à Receita Federal.

No caso de Amom Mandel, de acordo com dados disponibilizados no Divulgacand, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o valor doado por Júlio Cezar Furtado de Queiroz representa quase um terço dos recursos arrecadados pela campanha do deputado a partir de doadores.

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