Anvisa barra autorização para testes em humanos da ButanVac e cobra dados

O teste em humanos da vacina, no entanto, ainda não foi autorizado pela Anvisa (Lucas Borges Teixeira/UOL)

Com informações do UOL

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) barrou o pedido de autorização enviado pelo Instituto Butantan para dar início à fase de testes em humanos da vacina desenvolvida pela instituição contra a Covid-19, chamada de ButanVac. Segundo a agência, os dados enviados pelo Butantan na última sexta-feira (23) estão “incompletos”.

Em nota, a Anvisa informou que, após análise técnica dos documentos apresentados, enviou ontem ao Butantan uma lista de exigências, solicitando informações que não constam no pedido de autorização para a realização do primeiro estudo clínico em humanos da ButanVac.

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“O pedido de autorização do Butantan, enviado no dia 23 [de abril], e o protocolo do estudo clínico enviado na última sexta-feira (23) ainda estão incompletos e não atendem aos requisitos técnicos para autorizar pesquisas clínicas de vacinas em seres humanos”, completou a agência.

Enquanto a Anvisa aguarda os documentos solicitados, o prazo para análise do pedido será interrompido.

Também em nota, o Instituto Butantan confirmou ter sido informado sobre as exigências e disse que manterá contato com a Anvisa para “viabilizar os esclarecimentos necessários ao seguimento do processo de autorização dos estudos clínicos de fases 1 e 2 da ButanVac”.

“O Butantan espera que o órgão regulador tenha o devido senso de urgência e aprove o quanto antes o início dos testes para que a nova vacina, a primeira a ser produzida no país sem necessidade de importação de matéria-prima (IFA) seja disponibilizada rapidamente à população brasileira”, acrescentou o instituto.

Mais de 40 dados

A lista de informações solicitadas pela agência tem mais de 40 tópicos, divididos em dois grupos: qualidade do IFA/medicamento experimental e protocolo clínico. No âmbito do primeiro, a Anvisa pede que o Butantan descreva “detalhadamente” todos os testes realizados e suas respectivas metodologias, “com discussões e conclusões cientificamente embasadas”, para a definição do “perfil-alvo” de qualidade da vacina.

A agência ainda cobrou dados que demonstrem como a quantidade de vírus e os níveis de expressão de antígenos na ButanVac foram avaliados ao longo do tempo de incubação dos ovos durante a produção e por que esses parâmetros não são incluídos como controles de processo.

Quanto ao protocolo clínico, foram solicitados dados científicos de segurança que embasem a utilização dessa vacina (recombinante, inativada) em participantes que foram imunizados por meio de uma plataforma diferente (vacina inativada). A Anvisa também quer que o Butantan esclareça se os testes serão cegos ou não cegos em cada uma das duas etapas do estudo clínico.

Expectativa para maio

Mais cedo, o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse que previa começar a produzir e envasar doses da ButanVac até o próximo domingo (2). A declaração foi feita em entrevista à rádio CBN e posteriormente confirmada ao UOL.

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