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Ao contrário do que informou presidente da Funai, indigenista tinha autorização para entrar em terra indígena
Bruno era reconhecido por defender pautas indígenas (Reprodução)
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08 de junho de 2022
Ívina Garcia – Da Revista Cenarium
MANAUS – O presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marcelo Augusto Xavier da Silva, afirmou, em entrevista ao Jornal da Manhã da Jovem Pan News, que Bruno Pereira e Dom Phillips não possuíam autorização para entrar em terra indígena, porém, documento assinado no dia 12 de maio comprova que Bruno era autorizado para acessar a área.
Durante a entrevista, o presidente da Funai afirmou que qualquer ação feita em região de indígenas isolados precisa de autorização prévia do órgão. “Toda a entrada em área de indígenas isolados tem que passar pelo nosso Setor de Autorização e Pesquisas, isso inexistiu. Também não foi cumprido nenhum dos protocolos”.
Porém, o documento disponibilizado pela Equipe de Vigilância da Univaja (EVU) diz que todos os protocolos da Funai foram cumpridos e a autorização para Bruno foi assinada, eletronicamente, pela coordenadora regional substituta, Mislene Metchacuna, em 12 de maio.
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A Univaja relata, ainda, que o convite foi feito pelo órgão para que Bruno participasse de reuniões na TI Vale do Javari “com intuito de discutir sobre o território e as estratégias indígenas para protegê-los”. A União afirma, ainda, que considera Bruno “a maior autoridade do País no trabalho em campo especializado em indígenas isolados no atual contexto”, eles ainda explicam que o convite se deu em “razão do notório saber, a especialidade, além da grande confiança que desperta entre nossas lideranças”.
Mesmo com a autorização, o local onde Bruno e Dom desapareceram não fazia parte do território dos indígenas isolados, de acordo com a Associação de Servidores da Funai, que se pronunciou via redes sociais, repudiando as falas do presidente do órgão.
“Não é verdade que Bruno e Dom tenham sido descuidados com solicitação de autorização de ingresso em terra indígena. Simplesmente, porque não ingressaram em terra indígena. A expedição realizada transcorreu nas imediações, mas não no interior da Terra Indígena Vale do Javari”, escreveram.
“O presidente da Funai insinua, portanto, um descuido inexistente por parte da dupla de desaparecidos”, relatam. As falas de Marcelo Xavier ecoam as declarações do presidente Jair Bolsonaro, na tarde de terça-feira, 7, que ao se pronunciar pela primeira vez sobre o caso, chamou a viagem dos desaparecidos de “aventura não recomendável”, mas que esperava que ambos fossem encontrados.
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