Ao pedir verba para Habitação no AM, vice-governador critica programa Minha Casa, Minha Vida: ‘megablocos isolados’

Vice-governador do Amazonas, Carlos Almeida disse que os projetos arquitetônicos do programa Minha Casa, Minha Vida precisam ser revistos (Secom)

Luiz Henrique Oliveira – Da Revista Cenarium

Em reunião na qual ouviu do ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, o anúncio de retomada das obras do programa “Minha Casa, Minha Vida” no Amazonas nesta segunda-feira, 15, o vice-governador do Estado, Carlos Almeida, criticou duramente o modelo de projeto arquitetônico para construir conjuntos habitacionais pelo programa de habitação popular, a exemplo do Residencial Viver Melhor, na zona Norte de Manaus. O encontro ocorreu em Brasília, no Distrito Federal.

“O exemplo de Manaus se repete no Brasil inteiro, a política nacional [de habitação] que existia fazia com os moradores fossem isolados, favorecendo um distanciamento do Estado. No entanto, acredito que as sinalizações de mudanças que estamos recebendo agora tragam possibilidades de integração”, disse Almeida, quanto à implementação de conjuntos em áreas a serem urbanizadas.

PUBLICIDADE

E citou o Viver Melhor como exemplo. “Megablocos foram construídos. E esses megablocos formam um adensamento populacional e um adensamento. E a população sofre com isso há muito tempo”, disse o vice-governador, que propõe a construção de diversos blocos para até 200 famílias.

Projetos em evolução

Para o deputado federal Marcelo Ramos, que articulou a reunião, em resposta às críticas, as políticas de habitação estão em evolução no Brasil. “Esse é o modelo que existia. Apesar de haver uma crítica nacional ao modelo, os governantes do passado foram muito hábeis em conseguir implementar essas políticas no Estado”, explicou o deputado federal Marcelo Ramos.

 “Para mudar esse modelo, primeiramente, estamos abrindo diálogo com o governo federal. Sozinho, o Estado não teria condições de dar resposta, mas há um primeiro passo, para se desenhar um marco legislativo para que o Amazonas possa fazer com que, ao longo dos anos, a falha da moradia possa ser reparada”, explicou Carlos Almeida.

Do ministro Rogério Marinho, o vice-governador ouviu a confirmação de que as obras paralisadas do MCMV estão sendo retomado no Amazonas. Já está autorizada a construção de 400 unidades habitacionais no município de Tabatinga. Há processos de licitação abertos para Parintins, com 450 apartamentos, e Tefé, com 692 unidades. Presidente Figueiredo terá 600 unidades e Manaus, outras 600.

Obras serão retomadas

Durante a conversa com Carlos Almeida, o ministro Rogério Marinho prometeu a retomada da construção de 1.542 unidades habitacionais do Programa Minha Casa, Minha Vida, no Amazonas, que estavam  paralisadas. Ao todo, são 692 unidades no Loteamento Castanheiras, em Tefé; 400 moradias em Parintins e mais 450 casas no Conjunto Residencial em Tabatinga.

De acordo com informações do Ministério, dos 2.742 empreendimentos de habitação que se encontram paralisados no Amazonas, entre 2017 e 2019, ainda restam 1.200 unidades que precisam ser retomadas. Loteamentos Orquídea I, II, e III (200 em cada um) em Manaus irá receber 600 habitações e o Vale das Nascentes I, II e III (200 em cada um) no município de Presidente Figueiredo mais 600.

O ministro Rogério Marinho afirmou que a reformulação da política nacional do setor quer evitar erros do passado. “Não vamos construir novas cidades, empreendimentos com milhares de unidades, em áreas isoladas. Vamos investir em projetos menores, em áreas urbanas consolidadas, com a disponibilidade de equipamentos urbanos. Vamos focar em qualidade’’, afirma o ministro.

Leia mais sobre o assunto

Governo do Amazonas vai a Brasília captar verba para Habitação

PUBLICIDADE

O que você achou deste conteúdo?

Compartilhe:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.