Ao tratarem sobre tragédia do Rio Grande do Sul, grupos atacam mais Lula e Eduardo Leite sofre homofobia

Lula e Eduardo Leite (Composição: Weslley Santos/Revista Cenarium)
Da Revista Cenarium*

SÃO PAULO – A tragédia em curso no Rio Grande do Sul devido às chuvas tem sido usada nas redes como munição contra o presidente Lula (PT), que tem sido mais citado em grupos de Telegram e WhatsApp do que o governador do estado, Eduardo Leite (PSDB).

Conforme levantamento da Palver, em parte dos dias, o nível de menções ao presidente chegou a superar o de postagens a respeito de Pix e doações para as vítimas, ao se analisar apenas mensagens relacionadas à tragédia.

Menos citado nominalmente que Lula, Leite é alvo de xingamentos de cunho homofóbico, inclusive com resgate de vídeos do governador em show em São Paulo à época das enchentes de 2023.

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O presidente Lula cumprimenta o governador do Rio grande do Sul, Eduardo Leite antes de embarque para a cidade de Santa Maria, RS
O presidente Lula cumprimenta o governador do Rio grande do Sul, Eduardo Leite durante a chegada a cidade de Santa Maria – Reprodução – 2.mai.24/@EduardoLeite no Twitter

O gráfico traz o nível de menções sobre os diferentes temas considerando a amostra de mensagens que abordam a tragédia no Rio Grande do Sul, sendo possível analisar como a intensidade com que se falou sobre o assunto variou ao longo dos dias e também a proporção com que cada figura ou aspecto foi mobilizado.

Segundo a Palver, a percepção geral sobre a ação tanto do governo federal quanto do estadual é negativa e de que não estariam agindo diante da tragédia.

Parte das publicações adota a linha de que o enfrentamento estaria sendo apenas por civis e não por órgãos do governo.

Entre as mensagens com maior volume de encaminhamentos estão conteúdos reproduzindo vídeo publicado pelo coach Pablo Marçal em que se afirma que caminhões com doações estariam sendo barrados pela Secretaria da Fazenda gaúcha por falta de nota fiscal.

Ele é um dos perfis citados em ofício da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) pedindo providências do Ministério da Justiça para apuração de “ilícitos ou eventuais crimes relacionados à disseminação de desinformação“. Como destaca relatório da Palver, a medida acabou por intensificar o debate polarizado nos grupos.

Na direita, o ofício foi explorado como uma ação ditatorial do governo, funcionando como mais um episódio para dar gás à pauta de que haveria censura no país –assunto intensamente explorado no âmbito da ofensiva envolvendo o dono do X (ex-Twitter), Elon Musk, e a ação de políticos bolsonaristas.

A Secretaria da Fazenda do Rio Grande do Sul afirmou que, devido à calamidade, veículos com doações têm livre acesso nos postos fiscais. À Folha Informações Marçal afirmou que duas das dez carretas que ele teria enviado “foram paradas devido a questões burocráticas”, mas que “a situação foi resolvida”.

Não há comprovação de que caminhões tenham sido impedidos de seguir viagem ou de multas por falta de nota fiscal.

Pablo Marçal revelou o maior escândalo durante enchentes no Rio Grande do Sul. Azedou para o Eduardo Leite“, diz um dos vídeos compartilhados em grupos.

Explorado por diversos perfis do bolsonarismo, o tema dos caminhões acabou impulsionado nas redes após reportagem do SBT em 7 de maio sobre o assunto.

Na quarta-feira, 8, o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), entrou no assunto e publicou em seu perfil um vídeo dizendo que a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) aplicou multa por excesso de peso a um caminhão. “Não é fake news: caminhão com doações é notificado por órgão federal“, diz o início do post.

Leia a matéria na íntegra neste link.

(*) Com informações da Folhapress
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