Apesar da pandemia, níveis globais de gases do efeito estufa sobem em 2020

Agência americana mediu a presença de dióxido de carbono e metano na atmosfera (Ricardo Oliveira/Revista Cenarium)

Com informações da Folhapress

SÃO PAULO – Mesmo com políticas de lockdown e isolamento social e a desaceleração da economia causada pela pandemia de Covid-19 no mundo, os níveis de dois dos mais importantes gases do efeito estufa –dióxido de carbono (CO2) e metano– continuaram a subir em 2020, segundo a Agência de Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (Noaa).

Segundo amostras coletadas de locais remotos da Noaa, a quantidade média de CO2 na superfície global foi de 412,5 ppm (partes por milhão) em 2020, um aumento de 2,6 ppm no ano. É o quinto maior aumento anual de acordo com os registros da Noaa, depois de 1987, 1998, 2015 e 2016. Sem a recessão, o aumento teria sido o maior já registrado, segundo Pieter Tans, cientista sênior do Laboratório de Monitoramento Global da Noaa.

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Os níveis de CO2 na atmosfera são os maiores num período de 3,6 milhões de anos, época em que as concentrações do dióxido de carbono estavam entre 380 ppm e 450 ppm. Naquela época o nível do mar estava 23 metros acima do de hoje e a temperatura também era maior do que nos níveis pré-industriais.

O laboratório da Noaa faz medições acuradas dos três principais gases-estufa: dióxido de carbono, metano e óxido nitroso, em quatro pontos de observação no Havaí, no Alaska, na Samoa Americana e no Polo Sul, e com base em amostras coletadas por voluntários em mais de 50 pontos pelo mundo.

As análises também apontaram uma alta significativa de metano na atmosfera. O gás é menos abundante mas 28 vezes mais potente do que o CO2. A alta em 2020 foi de 14,7 ppm, o maior aumento anual desde que a medição sistemática começou, em 1983.

O metano na atmosfera é gerado por diferentes fontes, como o desenvolvimento e o uso de combustíveis fósseis e como subproduto da criação de gado. “Apesar do aumento das emissões fósseis não ser totalmente responsável pela alta nos níveis de metano, a redução das emissões é um passo importante para mitigar a mudança climática”, disse Ed Dlugokencky. químico e pesquisador da Noaa.

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