Apoio a Bolsonaro é cálculo arriscado para candidatos nas eleições de 2026
Por: Jadson Lima
06 de agosto de 2025
A prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), somada às medidas cautelares que foram impostas ao político pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes impactaram negativamente na conexão entre o ex-presidente e a parcela da população que mantém apoio ao ex-mandatário. Desde o dia 18 de julho, Bolsonaro está proibido de acessar as suas redes sociais e vê os simpatizantes cada vez mais longe de uma interação direta.
No último domingo, 3, o ex-presidente até tentou buscar essa reconexão por meio digital após semanas de cumprimento das medidas restritivas e interagiu com um grupo de pessoas que participavam de um ato em favor da anistia para os condenados por tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro. A ação, como era esperado, gerou uma reação da Justiça e 24 horas depois o STF intensificou as medidas restritivas sobre Bolsonaro
Não demorou muito e as manifestações de apoio ao ex-presidente tomaram os perfis de políticos alinhados ou simpatizantes da direita. As mensagens, no entanto, carregam mais que um simples gesto de solidariedade a um violador das ordens anteriormente determinadas pelo poder judiciário: políticos fizeram cálculos mirando as eleições marcadas para o próximo ano.
Deputados, senadores e governadores — alguns cotados para assumir a vaga da direita no próximo pleito presidencial — se voltaram a criticar o STF e em apoio a Bolsonaro no momento que o presidente enfrenta o momento mais dramático da carreira política desde que passou a ser investigado pela Polícia Federal (PF) por liderar uma organização criminosa que tinha o objetivo de romper o regime democrático vigente após a derrota nas eleições de 2022.
É verdade que Bolsonaro mantém apoio nas ruas e nas urnas que ele tanto atacou quando presidente. Isso ficou comprovado nos atos espalhados por todo o País no último domingo. Por outro lado, o ex-presidente carrega o desgaste e a rejeição e, a depender do Estado pelo qual o político que faz acenos ao ex-mandatário concorra, a proximidade pode ser um erro.
