Após abandono de paridade de importação nos preços, ações da Petrobras sobem 5% 


16 de maio de 2023
Após abandono de paridade de importação nos preços, ações da Petrobras sobem 5% 
O aumento vem apesar de a Petrobras manter o valor do combustível congelado há 66 dias (Divulgação)
Da Revista Cenarium*

As ações da Petrobras avançavam 5,11%, a R$ 26,97, após anunciar nesta terça-feira (16) sua nova estratégia comercial para o diesel e a gasolina. A estatal abandonou a PPI (paridade de importação) como base principal para os reajustes, passando a aplicar premissas que miram um “equilíbrio” entre os mercados nacional e internacional.

A medida recebeu críticas de alguns especialistas e integrantes do setor. Segundo eles, o comunicado da companhia sobre o novo modelo deixa a estratégia pouco clara, o que aumenta o risco para importadores e outros agentes que atuam no mercado brasileiro.

A estatal disse no comunicado que a nova estratégia prioriza o “custo alternativo do cliente”, além de um valor marginal para a Petrobras.

Plataforma Anita Garibaldi, da Petrobras, em Aracruz, Espírito Santo – Ricardo Moraes – 24.abr.2023/Reuters

Segundo a companhia, a premissa de preços competitivos por polo de venda, em equilíbrio com os mercados nacional e internacional, permitirá à empresa “competir de forma mais eficiente”, se valendo de suas melhores condições de produção e logística e disputando mercado com outros atores que comercializam combustíveis no Brasil, como distribuidores e importadores.

Os reajustes de preços da gasolina e diesel continuarão sendo feitos sem periodicidade definida e evitando repasse da volatilidade aos preços, disse a estatal.

O comunicado afirmou ainda que a nova política garantirá preços em patamar que permitem a realização de investimentos de seu planejamento estratégico.

“Já li duas vezes esse fato relevante da Petrobras e realmente a gente não sabe exatamente o que ela vai fazer”, disse o presidente da Abicom (Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis), Sergio Araujo.

“Vamos aguardar a primeira movimentação, acho que essa semana ela deve anunciar uma redução de preços, até porque os preços estão realmente acima do mercado internacional, existe espaço para redução, vamos aguardar para ver”, acrescentou.

Ele disse ainda que o texto é “confuso” e ficou “difícil ter uma referência”.

“Quando ela fala que vai considerar melhor alternativa do cliente, vai considerar competitividade do produto, margem por refinaria, acho que está muito confuso, vamos aguardar para que a gente possa fazer uma análise e comentar.”

Segundo Paulo Valois, sócio do Schmidt Valois Advogados, apesar das novas regras não estarem totalmente claras, parece que a Petrobras caminha para uma política mais discricionária de precificação do preço de refino dos combustíveis, que não estará necessariamente ao seu preço no mercado internacional.

Segundo ele, isso poderá gerar ganhos ou perdas maiores para a companhia “em função de eventuais disparidades”.

O especialista em energia Adriano Pires, do CBIE, também concordou que o “anúncio feito pela Petrobras da nova política de preços é muito confuso”.

“Não dá para entender de forma clara como serão feitos os reajustes futuros. O fato relevante no fundo é só blá-blá-blá. A única coisa que dá para afirmar é que acabou a transparência na determinação dos preços na refinaria”, disse.

Ele disse também que, quanto mais elemento se usa para determinar o preço dos combustíveis, “menos transparência teremos e mais risco para o privado importar”.

“Aumentou o risco para todos os agentes que atuam no mercado de combustíveis.”

(*) Com informações da Folhapress

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