Após ataque à jornalista Vera Magalhães, Tarcísio de Freitas exclui Douglas Garcia de comitiva
14 de setembro de 2022
Tarcísio com Douglas em debate que deputado agrediu a jornalista Vera Magalhães (Divulgação/Redes Sociais)
Com informações do Estadão
SÃO PAULO – Candidato do presidente Jair Bolsonaro (PL) na disputa pelo governo paulista, o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) vetou a participação do deputado estadual Douglas Garcia (Republicanos), em sua comitiva, nos próximos debates e sabatinas de campanha. A decisão foi tomada após o parlamentar atacar a jornalista Vera Magalhães no debate desta terça-feira, 13, organizado por um pool de veículos de imprensa no Memorial da América Latina.
Integrantes da campanha se disseram “irritados e constrangidos” com a atitude do parlamentar e avaliam que a repercussão do episódio contaminou o que seria, na avaliação deles, uma participação positiva do ex-ministro no evento.
Após motociata e comício com Bolsonaro, em Presidente Prudente, nesta quarta-feira, 14, Tarcísio condenou a atitude de Douglas Garcia. “Lamentável. Ontem à tarde, o deputado entrou em contato com a equipe e pediu uma credencial. A gente pensa: ‘é um deputado estadual, é um parlamentar, é uma pessoa do meu partido, vamos dar a credencial porque, com certeza, ele está querendo ir lá prestigiar, torcer’. Esse era nosso sentimento. O que a gente presenciou é, absolutamente, lamentável, reprovável, repudio veementemente. Não faz parte de debate democrático. Esse tipo de gente não merece estar do nosso lado, não vai ter mais credencial e não participa de mais nada conosco. Se a gente imaginasse que a pessoa iria para lá para ter esse tipo de conduta, não teria recebido credencial”, disse Tarcísio.
Questionado sobre a posição do Republicanos em relação ao deputado, o ex-ministro cobrou punição. “Não posso falar pelo partido, mas esse tipo de atitude tem que ser punido severamente, inclusive, pela Alesp”.
Douglas Garcia mostrando credencial para debate (Reprodução/Redes Sociais)
Antes, Tarcísio já havia ligado para Vera Magalhães. “Agradeci ao Tarcísio de Freitas a solidariedade e o repúdio que me pareceram sinceros. Mas repetirei, aqui, o que disse a ele ao telefone: a autorização para que pessoas assim ajam dessa forma vem dos líderes políticos. E ele tem de deixar claro se é com esses que pretende governar”, escreveu Vera nas redes sociais.
Após o debate de terça-feira, o deputado precisou ser contido por seguranças enquanto questionava Vera Magalhães com um celular na mão, se ela recebia dinheiro para falar mal do Governo Bolsonaro. O parlamentar reiterou ataques feitos pelo presidente contra Vera Magalhães a chamando de “vergonha para o jornalismo brasileiro”. Em seguida, reproduziu uma falsa notícia sobre a remuneração dela na TV Cultura.
“Terei de sair escoltada do Memorial da América Latina, por seguranças, porque fui agredida pelo deputado Douglas Garcia (…) Há centenas de testemunhas. Usou o convite no estafe do Tarcísio de Freitas, no debate, apenas para vir me acossar e ameaçar”, escreveu Vera em suas redes sociais.
Cassação
A deputada estadual Isa Penna (PCdoB) protocolou nesta quarta-feira, 14, no Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), pedido de cassação do deputado Douglas Garcia (Republicanos) por quebra de decoro parlamentar, em razão do ataque verbal à jornalista Vera Magalhães.
O ex-prefeito e candidato ao Governo do Estado de São Paulo Fernando Haddad (PT) também mostrou-se favorável à punição no Legislativo. “Deputado que agride ou assedia jornalista deve ser cassado por falta de decoro. Vamos transformar a Assembleia Legislativa de SP em território livre da misoginia”, disse nas redes sociais.
O governador do Estado de São Paulo e candidato à reeleição, Rodrigo Garcia (PSDB), classificou o ato como “estarrecedor”. ”É estarrecedor o ódio que essa gente que atacou a Vera Magalhães sente das mulheres. O método se repete há anos. São traumas muito mal resolvidos. Covardes e agressores não passarão”, escreveu no Twitter.
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