Após ataques, receio de intervenção violenta põe em xeque Força Nacional em Manaus

O reforço policial vai atuar na capital amazonense após série de ataques criminosos (José Cruz/Agência Brasil)

Via Brasília – Da Revista Cenarium

Força Nacional

Não bastassem a cheia recorde e a Covid-19 ainda assombrando, Manaus vive dias de praça de guerra, com facções armadas promovendo uma onda de violência na cidade e sua população novamente forçada a fazer toque de recolher. Chamada a socorrer o Amazonas, só se espera que a Força Nacional não repita a atuação dos dez meses em que ficou no Rio de Janeiro. Sob o comando, à época, do general Braga Neto, hoje ministro da Defesa, a intervenção no Rio teve como saldo um recorde no número de mortes violentas – inclusive de inocentes, sem que narcotraficantes e milicianos tivessem qualquer abalo em seus “negócios”.

Tutela

No Congresso, alguns parlamentares de centro e da oposição já se mobilizam para conseguir votos para uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que proíbe militares da ativa de irem para cargos políticos, a menos que entrem para a reserva, como já acontece com os que assumem mandatos eletivos. Com os militares agora tutelados por Jair Bolsonaro, após obedecerem ao comando presidencial de perdão ao general Eduardo Pazuello, o sentimento é de que o “libera geral” entre as Forças Armadas e a política põe em risco a democracia.

PEC

Autora da PEC, a deputada Perpétua Almeida (PCdoB -AC), líder da oposição, diz que já conta com 110 dos 117 votos necessários para apresentar a PEC. Como as articulações iniciaram neste fim de semana, acredita-se que a proposta tome corpo e ganhe mais apoios. Um deles é do vice-presidente da Câmara, deputado federal Marcelo Ramos (PL-AM). “É um instrumento para proteger instituições que o Brasil respeita”, disse Ramos acerca da PEC.

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Ecos no STF

Vozes descontentes no Supremo Tribunal Federal demonstram que muitos ministros estão profundamente indignados com a não punição do general Eduardo Pazuello pelo comando do Exército. Mas, na Corte, começa a se consolidar o sentimento de que punir ou não é uma questão interna do Exército. Dias após o STF liberar Toffoli da delação de Sérgio Cabral, a Corte se sente “pouco à vontade” de cobrar das Forças Armadas uma punição a seu membro.

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