Após condenação de Bolsonaro, Lula compartilha vídeo com camisa 27 da Seleção Brasileira

MANAUS (AM) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) compartilhou nesse domingo, 14, na rede social X, um vídeo de quando recebeu uma camisa da Seleção Brasileira com o seu nome e o número 27 nas costas. A publicação chamou a atenção pelo numeral ser o mesmo do período de tempo de condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe e outros quatro crimes.

O vídeo faz parte de um compilado de imagens dos compromissos do presidente na semana passada, sendo o primeiro da edição. “Semana de muitos encontros e de muito trabalho. Aqui, todo dia é dia de cuidar do Brasil e do povo brasileiro”, disse o presidente. Alguns internautas comentaram que a escolha das imagens foi uma “indireta bem direta”.

Lula recebeu a camisa na quinta-feira, 10 — um dia antes do veredito que condenou Bolsonaro —, em evento no Palácio do Planalto, onde ele homenageou a Seleção Brasileira Feminina pelo título recente da Copa América. A conquista garantiu vaga nos Jogos Olímpicos de Los Angeles 2028 e reforçou o protagonismo do Brasil rumo à Copa do Mundo de 2027, que será disputada, pela primeira vez, na América do Sul.

Ao lado do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Samir Xaud, Lula recebeu algumas jogadoras, o técnico da equipe, Arthur Elias, e a coordenadora de Seleções Femininas da CBF, Cris Gambaré. O ministro do Esporte, André Fufuca, também esteve no encontro, assim como o vice-presidente da CBF, Gustavo Dias.

Bolsonaro condenado

Na quinta-feira, 11, o STF condenou Jair Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão por golpe de Estado e mais quatro crimes após as eleições de 2022. A Primeira Turma do STF determinou que a pena seja cumprida inicialmente em regime fechado. O ex-presidente foi condenado por um placar de 4 a 1.

Bolsonaro foi condenado por cinco crimes imputados pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Foram eles: tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado, agravado pelo fato de ser considerado o líder da organização criminosa.

Veja aliados de Bolsonaro que também foram julgados:

• Augusto Heleno: ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
• Anderson Torres: ex-ministro da Justiça e Segurança Pública;
• Mauro Cid: Tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
• Braga Netto: general, ex-ministro da Defesa e candidato a vice derrotado em 2022;
• Paulo Sérgio Nogueira: general e ex-comandante do Exército;
• Almir Garnier: ex-comandante da Marinha;
• Alexandre Ramagem: ex-diretor da Abin e deputado, foi beneficiado por uma decisão da Câmara e é julgado por três crimes.

Quatro ministros da Primeira Turma do STF — Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin e Flávio Dino — seguiram o relator da Ação Penal 2668, Alexandre de Moraes, e condenaram o ex-presidente.

No voto que condenou Bolsonaro, Moraes apontou a confirmação de crimes por meio das próprias palavras do ex-presidente, durante interrogatório, que admitiu estudar outras medidas, depois que viu não ser mais possível outros recursos. Naquele contexto, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) havia aplicado uma multa ao PL, seu partido, após um pedido de revisão de urnas eleitorais, em 2022.