Após declaração de Lula, Trump afirma que irá taxar Brasil

MANAUS (AM) – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a atacar economicamente os países do Brics e afirmou que novas tarifas de importação devem ser anunciadas até esta quinta-feira, 9. Durante reunião com seu gabinete na Casa Branca, Trump declarou que o grupo, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, tem como objetivo desvalorizar o dólar, e que por isso será alvo de novas sobretaxas.

“O dólar é rei. Vamos mantê-lo assim. Se as pessoas quiserem desafiá-lo, podem. Mas terão que pagar um alto preço. Não acho que nenhum deles vai pagar esse preço”, afirmou. Segundo o presidente, os países que compõem o Brics deverão pagar uma tarifa adicional de 10% sobre produtos exportados aos Estados Unidos, além dos tributos já em vigor.

Entre os países citados, Trump destacou o Brasil. “O Brasil, por exemplo, não tem sido bom para nós, nada bom”, declarou. O republicano indicou que um novo anúncio voltado especificamente ao país pode ser feito ainda nesta quarta-feira ou até a manhã de quinta. O governo brasileiro ainda não comentou a declaração.

Atualmente, o Brasil já enfrenta uma tarifa de 10% sobre os produtos que exporta para os Estados Unidos, imposta pelo próprio Trump em 2 de abril. A ampliação da tarifa reforça a política comercial protecionista adotada pelo governo norte-americano, que vê o fortalecimento de alianças entre países emergentes como ameaça à estabilidade da moeda norte-americana.

O discurso do presidente ocorre num contexto de tensão entre Washington e os países do Brics, grupo que tem defendido a diversificação das moedas em transações internacionais e maior autonomia frente ao dólar. Trump, por sua vez, tem insistido na preservação da hegemonia da moeda dos Estados Unidos no sistema financeiro global.

Além do impacto econômico, a declaração tem implicações diplomáticas, sobretudo no momento em que os países do Brics buscam ampliar sua atuação conjunta em fóruns internacionais. As novas tarifas estão previstas para entrar em vigor no dia 1º de agosto, segundo informou a Casa Branca. O anúncio oficial deve ocorrer até esta quinta-feira e detalhar quais setores e produtos serão atingidos. A medida amplia o cerco econômico norte-americano a economias emergentes e reforça a retórica de Trump em defesa da indústria doméstica e da valorização do dólar.

*Com informações da Folhapress

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