Após desmaios, soldados denunciam maus-tratos em treinamento da PM no Acre

Elevada carga de exercícios físicos, longa exposição ao sol, horas sem comer e difícil acesso à hidratação fazem parte da realidade imposta aos alunos (Reprodução)

Com informações do Infoglobo

RIO DE JANEIRO – Elevada carga de exercícios físicos, longa exposição ao sol, horas sem comer e difícil acesso à hidratação. A realidade imposta aos alunos do curso de formação de soldados da Polícia Militar do Acre provocou cinco desistências na primeira semana de treinamento. E também resultou em denúncias de maus-tratos.

Reginaldo Ribeiro da Silva, de 34 anos, era um dos alunos do curso iniciado em 1º de setembro. No terceiro dia de treinamento, ele desmaiou duas vezes. Silva relata que após o segundo desfalecimento foi humilhado e coagido a desistir do curso, tendo inclusive escutado a frase que ficou famosa no filme Tropa de Elite.

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“Eu tive dois desmaios e consegui voltar do primeiro. Mas do segundo eu não dei conta. Eu fiquei tonto, aéreo, só ouvi ele (instrutor) gritando ‘pede pra sair’, para assinar. Foi muita pressão psicológica, então assinei o documento sem consciência que estava assinando meu desligamento do curso”, afirmou.

Silva conta que “apagou” depois do curso e percebeu o que havia ocorrido apenas no dia seguinte, quando abriu o WhatsApp e notou que tinha sido excluído de todos os grupos relacionados à PM.

A portaria com sua desistência foi publicada no Diário Oficial em 8 de setembro. Nesta mesma data, ele protocolou um requerimento pedindo uma reconsideração, com a alegação de que assinou o documento durante um momento de “confusão mental”.

Silva foi aprovado no concurso 2017. No entanto, a corporação não o admitiu em uma fase posterior à prova escrita. Ele então recorreu à Justiça e somente neste ano conseguiu iniciar o curso de formação, junto com os que ficaram no cadastro de reserva.

“Não esperaram nem eu contar a história como aconteceu e publicaram no Diário Oficial. Então vou procurar os meus direitos. Eu acredito que houve animosidade comigo, porque eu entrei na Justiça. Ficavam sempre me perguntando se eu usava drogas, se eu era de facção criminosa, se eu batia em mulher. Tive um tratamento diferenciado desde o primeiro dia”, disse.

Procurada pelo GLOBO, a Polícia Militar informou que foi instaurado um procedimento administrativo para averiguar os fatos relatados por Silva, relacionados ao seu desligamento do curso de formação de soldados.

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