Após estabilização da pandemia, taxa de desemprego na Amazônia Legal chega a 13%

As duas regiões apresentaram alta, na contramão dos outros sete Estados. (Ricardo Oliveira/ Revista Cenarium)

Carolina Givoni – Da Revista Cenarium

MANAUS – Um levantamento feito pela REVISTA CENARIUM aponta que os nove Estados da Amazônia Legal detêm uma média de 13% de taxa de desocupação, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nessa quinta-feira, 23. O número corresponde a junho e sobe 2% em comparação a maio, quando a população da Amazônia Legal acumulava 11% de taxa de desocupação.

Resultados da nova rodada mensal da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), com versão voltada para a pandemia, destacam que os Estados do Amazonas, Pará, Acre, Roraima, Rondônia, Amapá, Maranhão, Mato Grosso e Tocantins, sentiram uma forte retração do mercado de trabalho.

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No Amapá, por exemplo, 17,6% da população estava desocupada, com cerca de 129 mil pessoas que não procuraram trabalho por causa da pandemia de Covid-19, mas gostariam de trabalhar. Em maio, o número era correspondente a 126 mil, correspondendo a 2% de aumento.

Índice de desocupação na Amazônia Legal – (Arte/Revista Cenarium)

No Amazonas, os números apontam que 15,1% da população entrou para o roll da desocupação. Sendo que, em junho, 496 mil pessoas não buscaram trabalho por conta do vírus, ou seja, uma queda de 11%, comparados aos 560 mil de maio.

Já no Acre, os números estacionaram em 14,2 % da população, representando atualmente 122 mil acreanos desempregadas na pandemia, uma queda de 4% em relação a maio, quando eram registrados 127 mil desocupados.

Os demais resultados de desocupação seguem com Maranhão (14,1%), Roraima (13,6%), Pará (11,3%), Tocantins (11%), Mato Grosso (10,9%) e Rondônia (9,1).

Adesão ao home office

A pesquisa também apontou a tendência de redução dos trabalhos em home office, quando o trabalhador executa atividades laborais em casa. No mês de junho, a Região Amazônica registrou média de 17% de ocupados sob a jornada afastada dos postos de trabalho. Em maio, o índice abrangia 2.262 milhões de pessoas. Já em junho, chegou a 1.670 milhões, queda de 26%.  

Esse ranking também é liderado pelo Amapá, com 31% de pessoas ocupadas que foram afastadas do trabalho em decorrência do distanciamento social, que mantém 84 mil pessoas em home office.

Apesar de liderar o ranking em junho, o resultado apresenta queda de 17% em relação a maio, quando 101 mil trabalhadores foram afastados do trabalho in loco.

Além disso, no mês de junho o Estado do Maranhão, segundo colocado, mantém 445 mil pessoas em home office. Da mesma forma, correspondendo a 22% de ocupados afastados do trabalho local. Em maio, 627 trabalhadores estavam na modalidade, representando uma queda de 29% em um mês

Em último lugar no ranking, o Acre agora detém 55 mil trabalhadores em home office, uma queda de 10% em relação a maio, quando eram registrados 61 mil postos de trabalho nesse formato.

Os demais resultados de baixas no trabalho em casa, seguem com Pará (19,6%), Roraima (17,7%), Amazonas (15,2%), Tocantins (12,2%), Mato Grosso (8,8%) e Rondônia (7,9%).

Sobre a pesquisa

A coleta da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Covid-19) teve início em 4 de maio de 2020, com entrevistas realizadas por telefone em, aproximadamente, 48 mil domicílios por semana, totalizando cerca de 193 mil domicílios por mês, em todo o Território Nacional.

A amostra é fixa, ou seja, os domicílios entrevistados no primeiro mês de coleta de dados permanecerão na amostra nos meses subsequentes, até o fim da pesquisa.

Nas questões de trabalho, busca-se classificar a população em idade de trabalhar nas seguintes categorias: ocupados, desocupados e pessoas fora da força de trabalho.

Investiga-se, ainda, os seguintes aspectos: ocupação e atividade; afastamento do trabalho e o motivo do afastamento; exercício de trabalho remoto; busca por trabalho; motivo por não ter procurado trabalho; horas semanais efetivamente e habitualmente trabalhadas; Assim como o rendimento efetivo e habitual do trabalho, por exemplo.

Por fim, visando compor o rendimento domiciliar, pergunta-se se algum morador recebeu outros rendimentos não oriundos do trabalho, tais como: aposentadoria, BPC-LOAS, Bolsa Família, algum auxílio emergencial relacionado à Covid-19, seguro desemprego, aluguel e outros.

Cabe ressaltar que a PNAD Covid-19 é uma pesquisa com instrumento dinâmico de coleta das informações. Portanto, o questionário está sujeito a alterações ao longo do período de sua aplicação.

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