Após estabilização no consumo de oxigênio, Amazonas envia cilindros para auxiliar colapso no Paraná

Segundo a secretaria, após a realização do mapeamento de demanda de oxigênio no Estado, o governo estadual irá comprar 2.000 cilindros de oxigênio (Reprodução/SES-AM)

Gabriel Abreu – Da Revista Cenarium

MANAUS – Com a normalização do consumo de oxigênio nas unidades de Saúde do Amazonas, que enfrentou uma crise de desabastecimento durante os meses de janeiro e fevereiro deste ano, os cilindros do insumo passam a ser enviados emergencialmente ao Paraná, Estado que precisa atender um crescimento de até 600% na demanda pelo oxigênio em unidades hospitalares de menor porte.

A Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM) afirma que só doará cilindros das unidades em que não há risco de prejudicar o abastecimento de oxigênio. A taxa de ocupação da rede pública de UTI para Covid-19 no Amazonas é de 79,09% e de leitos clínicos de 52,05%. Segundo o governo, a produção local de oxigênio pela White Martins já atende a demanda das unidades.

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Segundo a SES- AM, as equipes vão remanejar cilindros do Hospital e Pronto-Socorro (HPS) Platão Araújo e no Serviço de Pronto Atendimento (SPA) Joventina Dias. Os equipamentos vão para o depósito da Secretaria de Saúde para assim serem preparados, abastecidos e em seguida enviados.

Operação Gratidão

O secretário-executivo de assistência da capital, Jani Kenta Iwata, informou que as ações fazem parte da operação Gratidão que irá retribuir as ajudas feitas ao Estado durante o pico da segunda onda. “A operação Gratidão tem o objetivo de fornecer 200 cilindros de oxigênio para o estado do Paraná, mas também teremos outros eixos: vamos receber pacientes do Acre e Rondônia. 12 pacientes de UTI pacientes e também 18 pacientes leves e moderados”, informou Jani.

Serão enviadas 200 unidades, mas atualmente apenas 100 estão disponíveis. Estão na conta da Secretaria para serem doados os cilindros do hospital Platão Araújo (27 unidades), do SPA Joventina Dias (20), do SPA Coroado (20), do Instituto da Criança do Amazonas (13), da Gerência de Patrimônio da SES-AM (12), do hospital 28 de Agosto (4) e da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (4).

Ainda não foi divulgado se os cilindros de oxigênio serão enviados por aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) ou por aviões fretados pelo próprio governo do Paraná.

Falta de oxigênio

Em janeiro, o Amazonas enfrentou uma nova onda de casos de Covid-19, aumentando o consumo de oxigênio nas unidades hospitalares do Estado. Durante o pico da segunda onda a média diária de consumo de oxigênio nas unidades foi de 86 mil metros cúbicos. Por causa do colapso no sistema de Saúde do Amazonas, 542 pacientes foram transferidos para outros estados para continuarem o tratamento da doença, por causa da falta do produto nos hospitais.

O Amazonas registrou até essa quarta-feira, 17, 334.432 casos do novo coronavírus e 11.672 mortes. Entre os casos confirmados de Covid-19 no Amazonas, e internados em Manaus, há 774 pacientes, sendo 394 em leitos clínicos (98 na rede privada e 296 na rede pública), 364 em UTI (90 na rede privada e 274 na rede pública) e 16 em sala vermelha, estrutura voltada à assistência temporária para estabilização de pacientes críticos/graves, para posterior encaminhamento a outros pontos da rede de atenção à saúde.

Colapso em SC

Nesta quata-feira, 17, o Ministério Público Federal (MPF) pediu que o Governo do Estado de Santa Catarina e o Governo Federal se expliquem sobre a ausência de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para atendimento de pacientes com a Covid-19 e falta de médicos na rede de saúde pública.

A Ação Civil Pública foi protocolada na última sexta-feira, 12, e a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) confirmou que foi intimada na terça-feira e informou que se manifestará até a próxima sexta, 19.

De acordo com boletins da Secretaria local, no dia 4 de março, havia 280 pacientes aguardando transferência para leitos de UTI. No último dia 10, o número de pacientes subiu para 419. Nessa quarta-feira, 17, 457 pacientes estão na espera de transferência de leitos.

Ainda em fevereiro deste ano, o Estado de Santa Catarina enfrentava a lotação da rede hospitalar. A taxa de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) geral do Sistema Único de Saúde (SUS) à época estava 90,43%. Santa Catarina ultrapassou, no dia 23 de fevereiro, a triste marca de 7 mil mortes por Covid-19.

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