Após mais de 15 anos sem registro, Fiocruz notifica três casos de dengue tipo 3 em Roraima
11 de maio de 2023
Pesquisador alerta para o avanço da doença. (ONU/Reprodução)
Bianca Diniz* – Da Revista Cenarium
BOA VISTA (RR) – Um estudo publicado pela Fiocruz Amazônia e pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) nessa quarta-feira, 10, identificou a presença do sorotipo 3 do vírus da dengue em quatro casos registrados no Brasil. O sorotipo não circulava no País há mais de 15 anos. Três casos foram identificados em Roraima e um no Paraná.
O chefe do Núcleo de Vigilância de Vírus Emergentes, Felipe Naveca, referência regional para doenças transmitidas por mosquitos, discute no estudo, a possibilidade do surgimento de epidemias. “Nesse estudo, fizemos a caracterização genética dos casos de infecção pelo sorotipo 3 do vírus dengue. É um indicativo de que poderemos voltar a ter, talvez não agora, mas nos próximos meses ou anos, epidemias causadas por esse sorotipo”, explica o virologista.
Estudo conduzido pela Fiocruz identifica casos do sorotipo 3 da dengue. (Agência Brasil/Reprodução)
De acordo com o pesquisador, as análises realizadas indicam que a linhagem da dengue detectada recentemente no Brasil foi introduzida nas Américas vinda da Ásia, durante o período de 2018 a 2020, possivelmente por meio do Caribe.
“A linhagem que detectamos do sorotipo 3 não é a mesma que já circulou nas Américas e causou epidemias no Brasil no começo dos anos 2000. Nossos resultados mostraram que houve uma nova introdução do genótipo III do sorotipo 3 do vírus da dengue nas Américas, proveniente da Ásia. Essa linhagem está circulando na América Central e recentemente também infectou pessoas nos Estados Unidos. Agora, identificamos que chegou ao Brasil“, relatou Naveca.
Alerta
De acordo com Naveca, a preocupação não deve se limitar apenas ao Brasil. ”Assim, esse é um alerta válido não só para o Brasil, mas para toda a região das Américas. Tendo em vista estarmos vivendo um grande número de casos de arboviroses esse ano no Brasil, a detecção de um novo sorotipo do vírus da dengue não é uma boa notícia”, alertou o pesquisador.
O risco de uma epidemia com o retorno do sorotipo 3 se deve à baixa imunidade da população, uma vez que poucas pessoas foram infectadas com esse vírus desde as últimas epidemias registradas no início dos anos 2000, aponta a Fiocruz.
Em Roraima
Segundo a Fiocruz, dos quatro casos de infecção pelo sorotipo 3 do vírus da dengue, três foram considerados autóctones em Roraima, ou seja, pacientes que contraíram a doença dentro do estado sem histórico de viagem. Já o caso registrado no Paraná foi importado, diagnosticado em uma pessoa que chegou ao estado vinda do Suriname. Os casos foram inicialmente identificados pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen).
Até o momento da publicação desta matéria, a Secretaria de Estado de Saúde de Roraima (Sesau) não respondeu ao e-mail enviado com solicitação de informações a respeito dos casos registrados no Estado.
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