Após nove dias em greve de fome, Glauber Braga é encaminhado para hospital


Por: Ana Cláudia Leocádio

17 de abril de 2025
Após nove dias em greve de fome, Glauber Braga é encaminhado para hospital
O deputado federal Glauber Braga (PSOL-SP) passou nove dias sem ingerir alimentos e foi levado ao Hospital (Divulgação)

BRASÍLIA (DF) – O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) saiu direto da Câmara dos Deputados para o hospital por recomendação médica para verificar a condição de saúde, segundo informou a assessoria. O parlamentar encerrou, na tarde desta quinta-feira, 17, a greve de fome, que durou nove dias, após acordo com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).

A decisão de encerrar o protesto ocorreu após acordo do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a deputada e esposa do parlamentar, Sâmia Bonfim (PSOL-SP), e o líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindberg Farias (RJ). Glauber garantiu, no entanto, que continuará a luta contra o orçamento secreto e o poder oligárquico.

Motta publicou, em nas redes sociais, uma mensagem sobre o acordo e fala do prazo que o deputado terá para se defender na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), até a deliberação do processo de cassação em plenário.

Glauber Braga ficou no plenário 5 da Câmara dos Deputado (Divulgação)

“Garanto que, após a deliberação da CCJ, qualquer que seja ela, não deliberaremos o caso do deputado ao plenário da Câmara antes de 60 dias para que ele possa exercer a defesa do seu mandato parlamentar. Após este período, as deputadas e os deputados poderão soberanamente decidir sobre o processo”, afirmou Hugo Motta, no Instagram.

Greve de fome

Há nove dias, Glauber Braga iniciou a greve de fome e permaneceu no plenário 5 da Câmara dos Deputados, local onde o Conselho de Ética aprovou o parecer do deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), que recomendou a cassação do mandato do deputado por quebra de decoro parlamentar.

O Conselho acolheu a denúncia do Partido Novo, que apresentou vídeos de Glauber expulsando das dependências da Casa, com empurrões e chutes, o integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) Gabriel Costenaro, em abril de 2024.

Por 13 votos a cinco, o parecer foi aprovado sob protestos de apoiadores do deputado do PSOL, que empunhavam cartazes com a frase “Glauber fica”. Na ocasião, o deputado prometeu recorrer à CCJ e, até ao Judiciário, para se defender do que considera uma perseguição orquestrada pelo ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL), por causa das denúncias que fez contra o orçamento secreto.

Ao deixar as dependências da Câmara, cercado por colegas parlamentares e apoiadores, Glauber disse que o compromisso firmado por Hugo Motta garante que seu processo não deve ser submetido ao plenário, pelo menos até o recesso parlamentar do primeiro semestre.

Estou suspendendo a greve de fome, mas nós não estamos suspendendo a luta contra o orçamento secreto, nós não estamos suspendendo a luta contra o poder oligárquico, nós não estamos suspendendo a luta pela responsabilização dos assassinos de Marielle, nós não estamos suspendendo a luta pela responsabilização dos golpistas de plantão, nós não estamos suspendendo o conjunto das nossas lutas”, afirmou o deputado.

Ele agradeceu pelo apoio que recebeu durante os nove dias de protesto, tanto dos militantes, quanto dos diversos segmentos que o visitaram ou enviaram mensagens de apoio.

O último boletim divulgado, na manhã desta quinta-feira, sobre o estado do parlamentar, informava que, apesar de completar mais de 200 horas ingerindo apenas líquidos, como água, soro e isotônico, e a condição de saúde é considerada boa. Agora, o parlamentar disse que começará um processo de transição para começar a ingerir alimentos sólidos e se recuperar.

Durante os nove dias de greve de fome, além dos militantes, Glauber recebeu visitas de sete ministros do governo Lula, ativistas, intelectuais e artistas, como o ator Marco Nanini e Wagner Moura, que chegou a divulgar um vídeo de apoio ao parlamentar, no qual considera o movimento de cassação do mandato uma evidência de perseguição política.

Leia mais: Braga diz que Motta suspendeu deliberação de cassação em plenário

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