Após pagamento de fiança, suspeito no caso Bruno e Dom é solto no Amazonas


23 de outubro de 2022
Após pagamento de fiança, suspeito no caso Bruno e Dom é solto no Amazonas
Manifestantes durante ato no Rio de Janeiro, em junho de 2022 (Luciola Villela/AFP)
Com informações da Folhapress

SÃO PAULO – Rubens Villar Coelho, suspeito de envolvimento nos assassinatos do indigenista Bruno Araújo e do jornalista Dom Phillips, foi solto na sexta-feira, 21, após pagar fiança de R$ 15 mil. Ele cumpre prisão domiciliar em Manaus (AM).

“Colômbia”, como é conhecido, está sendo monitorado por tornozeleira eletrônica, segundo a Agência Brasil. Ele teve ainda o passaporte apreendido.

O juiz federal Fabiano Verli havia determinado a soltura de “Colômbia” no último dia 6. Ele estava preso por uso de documento falso, mas a Polícia Federal apontou a suspeita de ele ter sido mandante das mortes ocorridas em junho.

Manifestantes durante ato no Rio de Janeiro, em junho
Manifestantes durante ato no Rio de Janeiro, em junho de 2022 (Luciola Villela/AFP)

Ele seguia detido devido a outro mandado, por pesca ilegal e associação criminosa.

O Ministério Público Federal (MPF) recorreu, mas o magistrado manteve a decisão, com o argumento de que “Colômbia” tem o direito de se defender em liberdade.

“É verdade que a conduta do preso é lastimável. Ele criou esse problemão para si. Não foi o MPF [Ministério Público Federal] ou a PF [Polícia Federal]. Não obstante a isso, reafirmo: há documentos por onde se começar uma busca em caso de fuga”, escreveu o juiz, na decisão do dia 6, em referência ao delito de uso de documento falso.

Durante as investigações, “Colômbia” se apresentou, no início de julho, espontaneamente, à Polícia Federal, dizendo que tinha como objetivo esclarecer informações que estavam sendo divulgadas a respeito do nome dele e de sua relação com o crime e com o tráfico de drogas.

Na ocasião, ele apresentou um documento falso e foi preso. As investigações apontaram, depois, que ele era suspeito de envolvimento nas mortes. Em depoimento à PF, Colômbia negou qualquer participação no crime.

Bruno e Dom foram assassinados no começo da manhã de 5 de junho, quando trafegavam pelo Rio Itaquaí, ao lado da Terra Indígena Vale do Javari, rumo a Atalaia do Norte (AM). A cidade é a mais próxima do território e fica na região de tríplice fronteira do Brasil com Peru e Colômbia. O crime teve como motivação a pesca ilegal na região, segundo a investigação.

Bruno era servidor licenciado da Funai (Fundação Nacional do Índio) e atuava para a Univaja (União dos Povos Indígenas do Vale do Javari), especialmente, na estruturação de um serviço de vigilância indígena para fiscalização do território.

A Procuradoria denunciou os pescadores Amarildo Oliveira, o “Pelado”; Jefferson da Silva Lima, o “Pelado da Dinha”; e Oseney de Oliveira, o “Dos Santos”. A acusação é de duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáveres. Eles seguem presos.

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