Após perícia, corpos de Dom Phillips e Bruno Pereira são entregues a familiares nesta quinta-feira, 23

Alessandra Sampaio e Dom Phillips (à esq.) e Beatriz Almeida e Bruno Pereira (Arte: Isabelle Chaves)
Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium

MANAUS – Os corpos do jornalista britânico Dominic Mark Phillips, de 57 anos, e do indigenista Bruno Araújo Pereira, de 41 anos, serão entregues às famílias nesta quinta-feira, 23, após passarem por exames periciais de genética. Os dois foram assassinados este mês na região do Vale do Javari, no município de Atalaia (AM), após conflitos com grupos que praticavam pesca ilegal. Três pessoas foram presas até agora.

Leia também: Exames periciais confirmam que ‘remanescentes humanos’ encontrados em Atalaia do Norte são de Bruno Pereira e Dom Phillips

A previsão é que o avião decole do aeroporto de Brasília, às 14h, e aterrisse, às 17h, em Salvador (BA), onde Dom morava com a esposa Alessandra Sampaio; em seguida, a aeronave segue para Recife (PE), às 18h, cidade onde Bruno vivia com a esposa Beatriz Almeida e dois filhos.

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Os “remanescentes humanos” do jornalista e do indigenista foram encontrados na região de Atalaia do Norte (a 1.136 quilômetros de Manaus), no último dia 15 deste mês, e foram encaminhados ao município de Tabatinga (a 1107 quilômetros da capital). Do local, os restos mortais foram enviados a Brasília, na quinta-feira, 16, para análise policial que confirmou a identificação os corpos. “Os resultados encontrados estão em consonância com as análises de Odontologia Legal, da Antropologia Forense e da Papiloscopia que apontaram tratar-se dos “remanescentes” de Dom Phillips e Bruno Pereira”, informou a Polícia Federal, em nota.

O Comitê de Crise, coordenado pela Polícia Federal, informou que os exames periciais de Genética Forense, propostos no escopo da investigação até o momento, estão concluídos.

De acordo com a PF, as amostras biológicas apontaram a presença de “dois perfis genéticos distintos” nos “remanescentes humanos” encontrados pela Perícia da Polícia Federal.

As investigações apontaram ainda que “os trabalhos dos peritos do Instituto Nacional de Criminalística continuarão nos próximos dias concentrados na análise de vestígios diversos do caso”.

No último domingo, 21, a esposa de Bruno, Beatriz Almeida, se manifestou no programa Fantástico, da Rede Globo: “Alguém tinha que me provar que ele realmente não estava vivo. Agora que sei, eu estou nesta fase do luto, de explicar para os meus filhos, e elaborar isso com eles. É muito duro. Esta fase de luto também é uma fase de buscar realmente a justiça. Justiça no sentido de esclarecimento e no sentido de que de isto não se repita”, disse.

Alessandra Sampaio, esposa de Dom Phillips, também falou sobre a morte do marido: “Hoje, se inicia também nossa jornada em busca por justiça. Espero que as investigações esgotem todas as possibilidades e tragam respostas definitivas, com todos os desdobramentos pertinentes, o mais rapidamente possível”, afirmou ao jornal O Globo.

Mortes de Bruno e Dom

Bruno e Dom foram esquartejados e queimados após receberem ameaças em campo. A dupla estava navegando pelo Rio Itaquaí, no município de Atalaia do Norte, quando flagrou os irmãos Oseney e Amarildo da Costa de Oliveira pescando pirarucu em uma região de pesca ilegal. Jeferson da Silva Lima, o “Peladinho”, também foi preso.

A embarcação utilizada pelo jornalista e pelo indigenista foi encontrada no domingo, 19, pela equipe de buscas da Polícia Militar do Amazonas (PM-AM), com apoio de bombeiros e militares da Marinha. A lancha estava no Rio do Itaquaí, nas proximidades da comunidade de Cachoeira. O transporte foi encontrado após a indicação de Jeferson da Silva Lima, o “Pelado da Dinha”, preso no sábado, 18, suspeito de participar no crime.

No último sábado, 18, peritos da Polícia Federal (PF) apontaram que o assassinato do jornalista britânico Dom Phillips foi ocasionado por “traumatismo toracoabdominal”, provocado por disparo de arma de fogo com munição “típica de caça, com múltiplos balins”, o que gerou lesões principalmente sediadas na região abdominal e torácica.

Já o indigenista Bruno Pereira, segundo a perícia, morreu em decorrência de “traumatismo toracoabdominal e craniano”, também por disparos de arma de fogo típica de caça e com vários projéteis. Os tiros que ocasionaram lesões no tórax/abdômen, onde ele levou dois disparos, e na face/crânio, onde ele foi baleado uma vez.

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