Bruno Pacheco – Da Revista Cenarium
MANAUS -Por 15 votos favoráveis e dois contra, os deputados estaduais da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) revogaram nesta quarta-feira, 26, o “Título de Cidadão do Amazonas” do publicitário Durango Duarte, após ele acusar os parlamentares de “tráfico de influência” e desprezar a honraria. Na segunda-feira, 24, o empresário chegou a protocolar um Termo de Devolução de honraria.
O requerimento para revogar o título foi apresentado na semana passada pelo deputado Fausto Júnior (MDB), que disse nesta quarta-feira, 26, que a Casa Legislativa não pode permitir nenhum deboche, se referindo às declarações de Durango sobre os parlamentares.
“O deboche foi direcionado a ser ou não cidadão do Amazonas e isso é uma honraria que tem que ser valorizado, em respeito às pessoas que recebem [a honraria]. Aqui, ele fez sua vida, fez seu patrimônio, conseguiu se tornar empresário bem-sucedido e ele não pode simplesmente cuspir no prato em que ele comeu”, afirmou Fausto Júnior.
Entenda
A entrevista em que Durango faz as declarações contra os deputados ocorreu na semana passada, no dia 18, a um portal de notícias de Manaus, para o qual o publicitário faz críticas aos parlamentares e os colocam sob suspeita de tráfico de influência, questionando a autonomia deles.
“Olhe para um deputado, olhe bem nos olhos dele, observe os gestos dele, aí tu fazes uma conta assim e pega no papel: Quantos cargos possui no governo? Quantas empresas de amigos ele tem no governo? Quais são os interesses dele futuro? Quais são as emendas que ele tem no interior do Estado? – Um deputado, você analisa por aqui. Aí, provavelmente, muitos deputados não teriam muitos motivos”, presume o publicitário.
E continua:
“Para pedir o impeachment do governador, porque perderiam tanto. Será que vale a pena perder todos esses benefícios?”, diz Durango. Entrevistadora: “Então é por aí que a gente avalia o papel do fiscalizador do Legislativo Estadual em relação ao Executivo?”. Durango Duarte: “É! É a quantidade de benesses que ele recebe do governo”, conclui ele, sem apresentar provas sobre o que fala, durante a entrevista.