Após pressão da Justiça, Telegram suspende comunidade bolsonarista por discursos violentos e fake news

Apesar de não detalhar as razões do bloqueio, a plataforma é a preferida da extrema-direita para espalhar desinformação e discursos de ódio (Isabelle Chaves/CENARIUM)

O aplicativo Telegram alterou mais uma regra depois que um grupo que apoia o presidente Jair Bolsonaro (PL) ter publicado conteúdo ilegal. A comunidade B38 contava com mais de 67 mil membros. Depois de barrado, a mensagem que aparece no grupo é que está temporariamente indisponível “para dar aos administradores tempo para remover as mensagens de usuários que postaram conteúdo ilegal”, sem especificar qual seria o conteúdo que iria contra as leis. Apesar de não detalhar as razões do bloqueio, a plataforma é a preferida da extrema-direita para espalhar desinformação e discursos de ódio.

Extremistas baixam tom

Em reação, grupos de direita e de apoio a Bolsonaro, do Telegram, têm tentado disfarçar e baixar o tom de falas violentas de seus participantes contra a esquerda, em meio ao embate da Justiça contra comunidades virtuais e o aplicativo de mensagens no Brasil. Casos de agressão como o ocorrido à caravana do ex-presidente Lula (PT), em Campinas (SP), no início de maio, chegam a ser comemorados e endossados nos grupos, mas ameaças diretas e promessas de agressão têm sido desestimuladas.

Reforço na moderação

O reforço da moderação do Telegram mira, exatamente, evitar ações da Justiça às vésperas das eleições. Em março, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu a um pedido da Polícia Federal de suspender o aplicativo no Brasil. Na decisão, a Corte determinava uma série de mudanças, entre elas, a suspensão de outros dois canais bolsonaristas. Lembrando que também será de Moraes a coordenação do pleito de 2022, que já adiantou que será implacável com as milícias digitais.

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Defesa nega apoio a TI Yanomami

A Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal, que apura denúncias de violência praticadas por garimpeiros contra indígenas na Terra Indígena Yanomami, disse que não pode visitar as comunidades na reserva por falta de apoio logístico do governo federal. Por meio de ofício enviado ao senador Humberto Costa (PT-PE), o Ministério da Defesa negou o pedido alegando “a restrição dos meios aéreos disponíveis na Região Amazônica”, em documento assinado pelo chefe de gabinete do comandante do Exército, o general Francisco Humberto Júnior.

Desmonte na Amazônia

Maior reserva indígena do País, a Terra Yanomami fica em meio ao naco de floresta mais conservado da Amazônia, numa região de difícil acesso, entre os Estados de Roraima e Amazonas. A comitiva esteve em Boa Vista, em reuniões com o Ministério Público Federal (MPF) e ouviu, ainda, membros do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e da Fundação Nacional do Índio (Funai). Presidente da comissão, Humberto Costa diz ter constatado uma situação de “completo desmonte” dessas instituições.

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